Atendendo ao chamado das Centrais Sindicais, os(as) trabalhadores(as) de todo Brasil acordaram cedo hoje(28) mas, em sua grande maioria ao invés de irem para o trabalho, saíram para ruas e praças em sinal de protesto. O noticiário nacional já considera essa como maior greve geral da história do país. No Paraná, a expressividade do movimento deu-se, em grande parte, pela participação dos(as) professores(as) e funcionários(as) de escola da rede pública estadual.
A APP-Sindicato convocou sua categoria para greve e os(as) trabalhadores(as) da educação, mais uma vez, mostram sua força e representatividade: mais de 80% dos(as) professores(as) e funcionários(as) paralisaram suas atividades e, muitos(as), vieram de várias regiões do estado para engrossar a caminhada que percorreu o Centro da capital paranaense. A professora aposentada Luci Chadas, do Núcleo Sindical de Francisco Beltrão, conta que deixou sua cidade na noite de ontem(27) por acreditar que a sociedade precisa mostrar seu descontentamento com a retirada de direitos. “Eu tenho 30 anos de sala de aula e nunca vi um ataque tão grande ao nosso povo. Eu estou aqui por mim, mas também pelos meus filhos e pelos alunos que tive, para que eles tenham direito à aposentadoria e a um trabalho digno, porque esse governo federal está querendo tirar tudo isso da gente”, lamenta a professora durante a caminhada.
Por que uma greve geral? – A greve geral nacional deste 28 de abril é uma resposta de toda classe trabalhadora contra os projetos de lei que alteram a forma de trabalho e aposentadoria como conhecemos hoje. As propostas de Reforma da Previdência e trabalhista ganharam apoio massivo do empresariado porque a legislação ficará muito mais flexível para os(as) patrões(oas). O que, para o governo Temer, é uma tentativa de aumentar a produtividade, para aquele(a) que menos ganha – o(a) trabalhador(a) – as Reformas causam perdas de direitos vigentes há décadas e que garantem um mínimo de condições qualidade de vida. “A nossa greve de hoje é pelas pautas que estão em curso em Brasília, pois são ilegítimas e constituem um programa de golpe. Lutamos pela defesa da aposentadoria, contra as terceirizações e contra a reforma trabalhista porque isso afetará diretamente a carreira e o trabalho dos educadores e a vida de todo trabalhador. A mídia tem dito que estamos na rua por conta do imposto sindical e APP reitera: nós somos terminantemente contra o imposto sindical. Em 70 anos de história, sempre sobrevivemos com a contribuição voluntária do sindicalizado. Nossa pauta é em defesa dos direitos dos trabalhadores, não de uma instituição ou partido”, explica o presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Leão.
O protesto dos(as) trabalhadores(as) percorreu o trajeto que vai da Praça Nossa Senhora da Salete até a Praça Tiradentes, onde lideranças religiosas subiram nos caminhões de som e manifestaram seu apoio a greve geral. Os(as) mais de 20 mil trabalhadores(as) presentes aplaudiram as falas e apoio e comemoraram o sucesso de uma manifestação pública pacífica, democrática e de resistência.
Memória do 29 de abril – Na véspera de completar dois anos do Massacre do Centro Cívico, a APP-Sindicato organizou o rebatismo simbólico da Praça Nossa Senhora da Salete, que se depender da memória e da resistência dos(as) educadores(as) será, de hoje em diante, chamada de para Praça 29 de abril.
A semana de defesa da educação pública e da classe trabalhadora não terminou para a APP-Sindicato. Amanhã(29), às 8 horas da manhã haverá, na sede do Sindicato, a comemoração do aniversário de 70 anos APP, com o lançamento do livro sobre a trajetória do maior sindicato do Paraná e, ainda, o lançamento da Conferência de Educação do Sindicato.
:: Confira aqui imagens dos atos regionais da APP-Sindicato na Greve Geral Nacional