Neste sábado, 5 de novembro, data que marca o primeiro ano do rompimento da barragem de rejeitos de Fundão, aproximadamente mil atingidos e apoiadores marcharam pelas ruas de Bento Rodrigues, distrito de Mariana (MG), em memória das vítimas, pela reparação dos danos causados à população e pela punição dos responsáveis pelo crime.
Organizado pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), em parceria com a Arquidiocese de Mariana, a atividade fez parte da Jornada “1 Ano de Lama e Luta”, que percorreu todo o rastro dos rejeitos da Samarco (Vale/BHP Billiton), de Regência (ES) a Mariana, desde o dia 31 de outubro.
De acordo com Letícia de Oliveira, integrante da coordenação nacional do MAB, o ato político foi realizado como forma de sensibilização, mas também de denúncia à impunidade dos responsáveis pelo desastre. “O que estamos fazendo aqui hoje é um grito de denúncia a todo o mundo para não deixarmos que o maior desastre ambiental do Brasil seja esquecido. Já está mais do que provado que o rompimento de Fundão foi uma tragédia anunciada, ou seja, um crime. Por isso, exigimos a responsabilização dos culpados”, afirma.
Somos todos Rio Doce – “Estamos vivos e somos muitos”. Foi este o coro entoado durante uma mística em memória das pessoas mortas pelo rompimento de Fundão. “Vestidos” de lama, os artistas carregaram 21 cruzes em memória das pessoas mortas pelo rompimento.Na mística, uma atriz encenou a dor de Priscila Monteiro, ex-moradora de Bento Rodrigues que sofreu um aborto forçado no meio da lama. “Na boca do mato, estamos vivos e somos muitos”, bradava a artista.Também foi realizado um culto ecumênico, com a presença do padre Geraldo Martins, que rezou pelas vítimas e por seus familiares.
Justiça – O Greenpeace realizou, em parceria com o MAB, uma intervenção para cobrar a responsabilização dos culpados por este que é considerado o maior desastre socioambiental da história do Brasil.
Foi colocada a palavra “Justiça”, em cima da Escola Municipal Bento Rodrigues, completamente destruída com o rompimento de Fundão. Nos seus escombros, os atingidos entoaram o grito de ordem “Águas para a vida, não para a morte”.