“Pacote de bondades” na Alep após aprovar 3,45% a funcionalismo

“Pacote de bondades” na Alep após aprovar 3,45% a funcionalismo


Não há nada de errado com o direito a progressão de carreira dos(as) 386 funcionários(as) efetivos(as) da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), afinal, eles(as) também são trabalhadores(as). A questão está nos parâmetros utilizados pelo governo do Estado em rejeitar o reajuste salarial de 8,17% para os(as) servidores(as) e em menos de um dia, aprovar uma medida que custará aos cofres públicos cerca de R$ 10,7 milhões por ano para uma determinada parcela de trabalhadores(as).

Categorias do funcionalismo público mobilizadas por quase dois meses, greves, marchas, massacres e no fim, a reposição será menor que a inflação e a lei que garantia o pagamento da reposição da inflação dos últimos 12 meses (sempre em maio de cada ano) foi infringida pelo Estado e assim 29 deputados(as) votaram por uma nova lei, mudando datas e valores.

Para os(as) funcionários(as) da casa: progressão funcional por tempo de serviço, ou seja, quando o(a) funcionário(a) sobe na carreira após atuar em uma faixa funcional por um de terminado tempo, o que pode acrescer em até 40% os salários dos(as) servidores(as) da Assembleia Legislativa. Outras medidas que ainda deverão ser implantadas é a promoção por merecimento e por títulos.

Durante o anúncio na tarde de ontem (23), o presidente da Alep, deputado Ademar Traiano (PSDB), afirmou que o que estavam assinando naquele momento não tinha nada a ver com a questão dos(as) professores(as). “Importante ressaltar neste momento que com essa medida não estamos concedendo uma benesse, uma regalia”, disse Traiano. Ainda completou dizendo que a medida só foi possível graças às ações de austeridade implantadas no Legislativo, com cortes de despesas em todos os setores.

Um importante detalhe é que a inflação de maio de 2014 a abril deste ano foi de 8,17%, entretanto será pago somente 3,45%, o mesmo que pago aos quadros do Executivo. Por isso, a medida foi uma estratégia para que não haja tanto descontentamento entre os(as) funcionários(as) da Alep com o anúncio do reajuste que deve ser feito hoje (24).

Não ficaria bom para a imagem dos(as) deputados(as), politicamente falando, se pagassem os 8,17% aos(às) próprios(as) funcionários(as), depois de negar o índice aos(às) servidores(as). Mas, mesmo com essa estratégia, é evidente a contradição um governo que governa para poucos.

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