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Começaram, nesta sexta-feira (5), os trabalhos da edição de 2024 da Escola de Formação da APP. Representantes dos 29 Núcleos Sindicais encontram-se em Curitiba para debater e refletir sobre o contexto, os avanços e os desafios da educação pública.
Os(as) presentes compõem a turma estadual, responsável por multiplicar a formação nos núcleos sindicais, levando os conteúdos a grupos de estudo regionais. A Escola de Formação é uma iniciativa da Secretaria de Formação Política em parceria com a Unespar, que fará a certificação das aulas.
“A formação nos ajuda a organizar a luta e o dia a dia nos nossos locais de trabalho. A aproximação entre as escolas, o espaço universitário e o sindicato é fundamental para criar as bases de uma outra educação, embasada pela gestão democrática e a valorização profissional neste período histórico difícil”, avalia Cleiton Denez, secretário Executivo de Formação.
PNE em destaque
São dois dias de atividade em Curitiba, com encerramento neste sábado. A sexta-feira começou com apresentação do Quarteto de Cordas da UFPR e destacou o debate sobre o Plano Nacional da Educação, com mesas voltadas ao direito à educação e à gestão democrática.
“Debater o Plano Nacional de Educação é debater o pleno direito à educação; uma luta por quem mais precisa, contra os que mais nos oprimem e exploram. Este é e será um debate central ao longo de todo o ano”, disse Nilton Stein, secretário de Formação.
Na mesa da manhã, o palestrante convidado e dirigente da Confederação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino, professor José Thadeu Rodrigues de Almeida, ressaltou a educação como um permanente campo de disputa ideológica.
“Nossos governos precisam deixar de ouvir o que o empresário, o setor privado, têm a dizer sobre educação pública. Por isso é fundamental a retomada das conferências, que são muito significativas como espaços de elaboração democrática de políticas pública”, afirmou Thadeu.
Desafios para uma gestão democrática
O período da tarde foi aberto com uma apresentação do livro “A Educação na Sociedade do Espetáculo”, feita pelo autor, professor doutor William Robson Cazavechia. O livro está entre os indicados na Edição Pedagógica deste ano e abre uma nova perspectiva sobre a obra de Guy Debord A Sociedade do Espetáculo, escrita nos anos 60.
Em seguida começou o debate “Os Desafios do PNE para uma Gestão Democrática, Pública e de Qualidade Social”, coordenado pelas professoras Edineia Chilante, da Unespar, e Vanda Bandeira Santana, secretária Educacional da APP.
A professora da Unespar, Edineia Chilante, falou sobre gestão democrática nas escolas. Ela apontou que no Paraná o próprio conceito de democracia está em disputa.
“A democracia, se for um fim em si mesmo, estaria ok, pois temos eleição para diretor, conselho escolar etc. Nós queremos que a escola funcione a partir dos elementos de uma gestão democrática, mas não é só isso que garante a democracia, que precisa estar ligada a uma questão mais ampla, que é a sua finalidade: assegurar o direito à educação a todas as pessoas”, disse.
Edineia ressaltou que a gestão democrática se faz necessária como um instrumento para atingir um objetivo maior. “Não há como ter uma educação inclusiva, para todas as pessoas, em todas as suas particularidades, sem que esses sujeitos possam expressar suas necessidades”, afirmou.
Na lógica da meritocracia, adotada pelo governo Ratinho Jr, nunca vai haver igualdade, pois sempre haverá os melhores e os piores, observou Edineia. “Essa é a lógica de uma sociedade dividida, com uma escola pobre para os pobres e os ricos vão comprar uma educação de qualidade onde puderem”, completou.
A secretária Educacional da APP, Vanda Bandeira Santana, traçou um panorama da educação no governo Ratinho Jr, caracterizado pela gestão por metas e resultados, com foco no Ideb e mecanismos de controle em tempo real, como plataformas, reconhecimento facial, BI, RCO, tutorias, premiação e punição.
A implantação de um modelo de gestão empresarial nas escolas é contraditória com sua finalidade, que é formar pessoas, apontou Vanda. “Nós da APP entendemos a educação em um sentido mais amplo, não só corporativo. Temos em nosso estatuto a defesa da educação como um direito social para a classe trabalhadora”, afirmou.
Em sua intervenção, Cleiton Denez reaafirmou a importância de mobilização da categoria para aprovar no Congresso Nacional as medidas reunidas no documento final da Conferência Nacional da Educação 2024. “Se nós construímos essa proposta na Conae, agora a gente tem que fazer valer a democracia”, disse. “Temos que buscar os meios para isso e estar aqui nesta sexta-feira faz parte desse processo”, completou.
Às 16h40 iniciou-se a confraternização, com apresentação do grupo Big Belas Band, banda de jazz composta por professores(as) e alunos(as) da Unespar.
Programação de sábado (6)
Após acolhida cultural às 8h30, será exibido um documentário sobre saúde e condições de trabalho, com intermediação do professor Odair Rodrigues Santos Jr.
Às 9h começará debates com o tema “O PNE e as Perspectivas de Valorização Profissional e a Garantia de Financiamento Público para a Educação Pública, coordenado pelos professores Aline Carissimi (Departamento de Pedagogas da APP-Sindicato) e Antônio Marcos (Municipais APP-Sindicato).
Às 11h serão feitos os Informes da Pauta, com a professora Walkiria Mazeto, presidenta da APP. Para fechar, às 11h30 começará a Mesa de Encaminhamentos e Orientações, a cargo da Secretaria de Política Sindical de Formação e Cultura da APP.
Escola de Formação APP 2024
