Onze anos depois, polícia do Paraná identifica assassino de Raquel Genofre APP-Sindicato

Onze anos depois, polícia do Paraná identifica assassino de Raquel Genofre


Foto: Arquivo / Facebook

Onze anos depois, a secretaria de Estado de Segurança Pública anunciou nesta quinta (19) a identificação do assassino da menina Rachel Genofre. O corpo da menina, então com nove anos, foi encontrado dentro de uma mala, na Rodoferroviária de Curitiba em 5 de novembro de 2008 e teve grande repercussão nacional. O suspeito é Carlos Eduardo dos Santos, hoje com 54 anos. Ele está preso na Penitenciária II de Sorocaba, em São Paulo,  desde 2016 e tem uma ficha policial extensa. Foi condenado a 22 anos de prisão por estelionato, estupro, roubo e falsificação de documento. Os crimes ocorreram em São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A elucidação do crime foi possível graças a comparação do DNA encontrado no corpo de Rachel com o do assassino no Banco Nacional de Perfil Genético, mantido pelo Ministério da Justiça. A integração da base de dados entre Paraná, São Paulo e Brasília permitiu a identificação. A identificação ocorreu depois de um match genético de 23 características entre 23 possíveis, garantindo 100% de certeza de que o homem é o autor do crime.

“Elucidamos esse crime emblemático hediondo que chamou a atenção do Brasil todo. Esse homem tem uma ficha gigantesca de crimes cometidos em São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande dos Sul. Tem passagens por estelionato, roubo, estupro”, explicou o delegado-geral-adjunto da Polícia Civil, Riad Farhat, em entrevista coletiva. A polícia ainda não sabe as circunstâncias do crime, por isso, segundo o secretário de Estado de Segurança, coronel Rômulo Marinho Soares, a polícia vai pedir a remoção do suspeito para Curitiba para que seja feita a reconstituição do crime: “Começamos a partir da agora várias etapas para encaminhar o inquérito, que será coordenador pela secretaria em conjunto com a delegacia de homicídios. A Polícia Civil vai peticionar ainda nesta quinta(19) um pedido na Vara de Execuções Penais que executa as sentenças de Carlos Eduardo dos Santos para que ele seja transferido para o Paraná e depois ouvido pelo delegado responsável pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Marcos Fernando da Silva Fontes”, afirmou.

O que se sabe é que Nascimento, na época do crime, morava na Rua Alferes Poli, no Centro da cidade, em um raio de 750 metros de distância do Instituto de Educação, onde a menina estudava e trabalhava como porteiro em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. O delegado disse ainda que o suspeito pela morte de Raquel cometeu seu primeiro crime de abuso sexual aos 20 anos.

“Espero Justiça e muitas respostas”

Os pais de Rachel, Maria Cristina Lobo Oliveira e Michael Genofre, acompanharam o anúncio da secretaria de Estado de Segurança nesta quinta. Em entrevista à imprensa, o o pai de Rachel disse que espera Justiça e que ainda tem muitas perguntas. “A gente ainda não tem muitas informações. Vamos conversar com o delegado. Por um lado é um alívio, mas por outro, nós precisamos ver a Justiça ser feita. Nós tivemos momentos de muita desesperança, mas agora chegamos num novo momento: esperamos saber porque, como, de que forma, porque ele escolheu a Rachel, de que forma”, afirmou Michael Genofre.

O caso

O corpo da menina Rachel foi encontrado seminu e com vestígios de violência sexual às 2h30 da madrugada dentro de uma mala por um indígena que circulava na Rodoferroviária. Ninguém sabe como a mala chegou ao local, porque as câmeras de segurança instaladas no ponto não estavam funcionando. Para a polícia, a menina foi  raptada enquanto seguia pelo trajeto que liga o colégio no qual estudava ao ponto de ônibus.

Tecnologia

Segundo Riad Farhat, o software do Banco Nacional de Perfis Genéticos é atualizado semanalmente com material colhido de presos que cometeram crimes hediondos, inclusive no Paraná – onde mais de 5 mil já foram coletados. A identificação ocorreu depois de um match genético de 23 características entre 23 possíveis, garantindo 100% de certeza de que o homem é o autor do crime.

“O Instituto de Criminalística da Polícia Civil de São Paulo, através da coleta dos dados genéticos desse acusado, jogou no sotfware nacional e acusou positivo para o caso da Rachel. O Instituto avisou a nossa Polícia Científica, que informou a Divisão de Homicídios. Para a Polícia o caso está resolvido, não importando o que ele vai falar”, afirmou.

Fonte: Bem Paraná

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