Atualizado em: 25/05/2016 – 17:55
A ocupação dos(as) estudantes no Colégio Estadual Gerardo Braga, em Maringá, completa uma semana nesta terça-feira (24). Centenas de alunos(as) se mobilizam e ocupam a escola, exigindo melhores condições na educação do Estado. Além disso, os(as) estudantes denunciam a falta de merenda e um maior rigor na Operação Quadro Negro. Nesta quarta-feira (25) mais três escolas foram ocupadas na cidade. O Colégio Estadual Branca da Mota Fernandes, Colégio Estadual Adaile Maria Leite e Colégio Estadual Tancredo Neves também foram ocupados por estudantes e estão sem atividades.
O presidente da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (Upes), Matheus dos Santos, conta como está sendo a movimentação na escola Gerardo Braga. “A ocupação segue com as nossas mesmas pautas. Estamos com atividades diferenciadas, mas a ocupação está acontecendo de forma organizada, calma, sem nenhum problema”, diz.
Uma das graves denúncias da ocupação dos(as) estudantes de Maringá, e que a APP-Sindicato também já vem fazendo, é a falta de merenda escolar no Estado. O deputado estadual, Professor Lemos explica que as escolas estão enfrentando uma situação difícil. “Várias regiões do Estado estão com falta de alimento. E outras escolas têm alimentos, mas são poucos itens. Tem o fubá e um molho pra servir com a polenta. Isso, todos os dias, as crianças não aguentam. E, ainda, não podem repetir, porque tem que ser racionado por não dar para satisfazer as crianças, porque não tem o suficiente”, aponta.
Lemos diz que os(as) estudantes têm total razão de se mobilizarem e denunciarem o descaso com a escola. Além disso, critica o fato do governo não estar cumprindo o percentual de compra mínima da Agricultura Familiar. “Isso que vem acontecendo é muito grave, foi o que levou estudantes a se mobilizarem em Maringá. Eles estão cobertos de razão quando estão cobrando do governo, porque todos nós sabemos que não está faltando dinheiro. O Estado tem a obrigação de comprar, no mínimo, 30% da agricultura familiar. Poderia comprar 100% e não precisava comprar de outros Estados como tem feito. O prejuízo é muito grande para as cooperativas e muito maior para os nossos estudantes”.
As escolas têm recebido nas últimas semanas alguns itens da merenda escolar comprados através de pregões já realizados, porém muitos itens ainda não foram adquiridos. A APP-Sindicato, que tem representantes no conselho da merenda escolar, acompanha e cobra do governo agilidade nos processos de aquisição dos alimentos.