O Paraná parou: mobilização histórica e paralisações em todo o estado marcam o 21 de junho

O Paraná parou: mobilização histórica e paralisações em todo o estado marcam o 21 de junho

A força da mobilização colocou a APP e demais entidades sindicais em outro patamar de negociação. Nesta quarta, ocorrerá uma reunião definitiva com o governo.

>> Receba notícias da APP por Whatsapp ou Telegram

Foi histórico. Quase 10 mil educadores(as), estudantes e servidores(as) do Estado realizaram um ato massivo em Curitiba nesta terça-feira (21), em marcha iniciada na Praça 19 de Dezembro e concluída no Palácio Iguaçu.

>> Confira o álbum de fotos do ato

A força do movimento demonstra a indignação da categoria diante da ausência de respostas do governo após a paralisação do 29 de abril, e a disposição para continuar lutando.

O caldo ferveu em todo o Paraná, com inúmeras paralisações na rede estadual de educação. Escolas que tradicionalmente não aderiam a greves fecharam as portas nesta terça em protesto por salário digno, respeito e valorização.

Além da Data-Base, que beneficia a todos(as), a pauta de lutas inclui o fim do assédio interminável sobre os(as) PSS, forçados a passar por processos seletivos periódicos cada vez mais abusivos; a realização de concursos públicos; a isenção do desconto previdenciário abaixo do teto do INSS para aposentados(as); e o destravamento das carreiras.

Negociação e pressão

A força da mobilização colocou a APP e demais entidades que compõem o FES em outro patamar de negociação com o governo.

No final da manhã, a presidenta Walkiria Mazeto e dirigentes sindicais se reuniram com o secretário da Administração e Previdência (Seap), Elisandro Pires Frigo, e deputados(as) da oposição e da base de Ratinho Jr.

O recado foi claro: queremos respostas e queremos já.

À noite, o líder do governo na Alep, Marcel Micheletto (PL), tem uma reunião marcada com a Casa Civil e a Secretaria da Fazenda para tratar das pautas. “Amanhã nós teremos o resultado dessas conversas de hoje”, asseverou o deputado à tarde, com as galerias da Assembleia Legislativa tomada por educadores(as).

A presidenta Walkiria foi enfática em informe à categoria: “temos uma reunião definitiva amanhã às 13h30. Definitiva porque estamos no limite. O projeto da Data-Base tem que estar até segunda-feira na Alep para ser votado. Se chegar na Alep, os(as) deputados(as) vão votar. Só precisa sair da Casa Civil. Nós queremos sim ou não. Vai aplicar quanto e quando? Se não vai pagar, diga que não e aguente as consequências”, afirmou.

A reunião com a Casa Civil nesta quarta será fundamental também para levar a pauta dos(as) PSS e da necessidade de imediata realização de concursos públicos, além do desconto previdenciário e das progressões e promoções. Walkiria também informou que, na mesa da manhã, o governo garantiu que haverá reposição da falta da greve.

“Eu quero ressaltar a importância da mobilização. A mobilização que fizemos com aposentados e aposentadas moveu algumas peças importantes. Hoje mexemos mais um pouco neste tabuleiro. Se esta é a nossa força, nós vamos usá-la. Nós não temos o poder da caneta, mas temos o poder da voz e da luta aqui fora”, finalizou a presidenta.

Data-Base

O Estado acumula uma dívida superior a 36% com o funcionalismo. A proximidade da janela eleitoral impõe o prazo legal de 1º de julho para a recomposição das perdas inflacionárias dos últimos 12 meses (12,13%).

Outros 3,39% já estão aprovados(as) e carecem apenas da autorização do governador, independente do período eleitoral.

Isso vai fechar em 5 segundos

MENU