O Congresso da classe trabalhadora

O Congresso da classe trabalhadora


Aconteceu em São Paulo de 13 e 16 de outubro o 12º Congresso Nacional de trabalhadores/as de todo o país, o Congresso da CUT – Central Única dos/as Trabalhadores/as.

Com o tema: Educação, Trabalho e Democracia – Direito não se reduz se amplia, o congresso contou com a presença de 2154 delegados/as, sendo 933 mulheres. Representando 19 ramos de profissões, 26 estados e o DF. Estiveram presentes representações internacionais oriundos de 72 países que reafirmaram a solidariedade internacional da luta de classe.

Os/as trabalhadores/as reafirmaram a necessidade de unidade do povo trabalhador/a em torno do projeto político da esquerda para unificar os esforços contra a direita, a intolerância, o ódio de classe, o golpismo e qualquer retirada de direitos. Portanto, no próximo período, a CUT concentrará esforços para unificar as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. Ampliará as lutas de forma unificada por mais direitos.

A abertura contou com a presença da Presidenta Dilma Rousseff, sendo a primeira vez que uma Presidenta da República vem ao CONCUT, do ex-Presidente Lula e do ex-Presidente Uruguaio Pepe Mujica, além do prefeito da Cidade de São Paulo, Fernando Haddad. Todos reafirmaram a necessidade de ampliação da democracia contra o projeto neoliberal, a unificação dos povos por mais direitos e poder político para a Classe Trabalhadora. O ex-presidente uruguaio Pepe Mujica ressaltou a necessidade de solidariedade entre os povos e que é preciso cada vez mais coragem e determinação para derrotar o capitalismo e construir um mundo melhor. Isso só é possível através da unidade dos/as trabalhadores/as do mundo.

No Congresso foi apresentado o relatório da Comissão da Verdade da CUT que revelou diversos crimes da ditadura Civil-Militar até então desconhecidos pela Comissão Nacional da Verdade. Ainda lutamos para que todos esses crimes sejam completamente apresentados aos/às brasileiros/as e que aqueles que cometeram os crimes da ditadura sejam punidos.

Um outro importante momento foi a aprovação da paridade entre homens e mulheres. A CUT é a primeira Central Sindical do mundo a ter paridade estatutária entre homens e mulheres nos seus espaços de direção. Foram aprovadas as resoluções do 8º Encontro Nacional das Mulheres da CUT que preveem um conjunto de lutas para as mulheres trabalhadoras que ainda tem os menores salários, os piores empregos, sofrem discriminações, e em grande parte assédio moral e sexual no ambiente de trabalho. Nós mulheres nos unificamos na luta contra a violência contra as mulheres que tem ampliado. Clamamos por justiça e políticas públicas que combatam a violência.

Houve o lançamento da Década Internacional dos Afrodescendentes, em que foi denunciado o racismo e o genocídio da juventude negra no Brasil. Pela primeira vez a Central aprovou uma posição sobre drogas. A CUT defende que essa situação social seja tratada como justiça, saúde e política públicas. Assim, a Central reafirmou seu compromisso com a vida da Juventude Negra que é a principal vítima da política de criminalização das drogas.

O debate educacional foi amplo: defendemos a importância da educação na sociedade brasileira como instrumento indispensável na construção da identidade nacional e no processo de enfrentamento das desigualdades, com elevação do conhecimento da classe trabalhadora, bem como na proposta de um novo padrão de desenvolvimento economico-social-cultural-ambiental. Lutamos por uma Educação Pública de Qualidade, laica, que promova a consciência de classe e a emancipação de todos e todas.

O Paraná, através da APP-Sindicato fez a memória de todas as greves e lutas da Educação em 2015. Assim como no Paraná vários estados e municípios enfrentaram duras greves e violência moral, simbólica e física, mas todos/as reconheceram que nenhuma foi tão violenta como a patrocinada pelo governador Beto Richa. Aos gritos de “eu to na luta”, no dia da Professora e do Professor juntamos nossas forças.

No fim do Congresso foi eleita a nova direção da Central. A Central sai unificada de seu 12º Congresso Nacional, pronta para enfrentar o golpismo, o conservadorismo e qualquer ataque contra os direitos da classe trabalhadora.

Viva nossa luta ontem, hoje e sempre!

*Secretária de finanças da APP-Sindicato, professora da rede pública estadual do Paraná, especialista em educação, foi presidente da APP.

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