Nos últimos dias tem aumentado a escalada de violência contra os(às) estudantes que legitimamente ocupam as escolas. Ações violentas orquestradas por grupos fascistas intimidam e coagem, à revelia da justiça e de qualquer bom senso, os(às) estudantes das escolas ocupadas. A luta dos(as) estudantes também é nossa luta.
Os(as) estudantes protagonizam o maior movimento juvenil que este Estado já teve notícias. Em dado momento as ocupações tomaram mais de 1/3 das escolas públicas do Paraná.
Este movimento que está sendo chamado de “Ocupa Paraná” tem sido referência para o Brasil e para o mundo. Já são mais de 1000 escolas, institutos e universidades públicas ocupadas em todo o Brasil. A unicidade do discurso está na contrariedade a MP 746, a PEC 241 e a Lei da Mordaça.
Nós professores(as) e funcionários(as) compartilhamos das mesmas reflexões e reivindicações do movimento “Ocupa Paraná”. Desde 2014 temos realizado um amplo debate sobre as medidas que estão em curso e que alteram o Ensino Médio sem o amplo e o devido debate com a comunidade escolar, que retiram recursos da educação por cerca de 20 anos, inviabilizando o que está estabelecido no Plano Nacional de Educação e sucateando ainda mais a escola pública, sem falar que comprometem as carreiras e salários daqueles(as) que já têm os menores salários no serviço público – professores(as) e funcionários(as) da educação – e ainda pretendem calar os(as) professores(as) ao amordaçá-los(as).
Ressaltamos o protagonismo juvenil que estes(as) adolescentes e jovens têm manifestado durante as ocupações. Resistem bravamente por semanas e compreendem, na prática, a necessidade de lutar por seus direitos. Enfrentam grupos fascistas, o governo, parte da sociedade que se deixa influenciar por uma mídia enganosa e a serviço dos conservadores e, infelizmente, também fazem o enfrentamento há alguns educadores(as) que não compreenderam, ainda, a gravidade do momento que estamos passando e a justeza das reivindicações do movimento.
Independente do resultado do nosso movimento grevista, nós da APP-Sindicato continuaremos no apoio e solidariedade às ocupações a partir da rede de cuidado e proteção à vida e à dignidade destes(as) jovens que já se estabeleceu. Contem conosco!
Eu tô na luta pelos(as) estudantes e pelas legítimas ocupações das escolas públicas do Paraná.
Não tem “arrego”. Mexeu com eles, mexeu conosco!
Eu acredito é na rapaziada / Que segue em frente e segura o rojão
Eu ponho fé é na fé da moçada / Que não foge da fera e enfrenta o leão
Eu vou à luta com essa juventude/ Que não corre da raia a troco de nada
Eu vou no bloco dessa mocidade / Que não tá na saudade e constrói a manhã desejada
[Gonzaguinha]
Curitiba, 28 de outubro de 2016
Conselho Estadual da APP-Sindicato