A APP-SINDICATO DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO PÚBLICA DO ESTADO DO PARANÁ – Núcleo Sindical de Foz do Iguaçu, vem por meio desta manifestar repúdio à violência física e psíquica cometida contra o estudante haitiano Getho Mondesi, ocorrida na madrugada de sábado (14), na cidade de Foz do Iguaçu. Getho é estudante do terceiro semestre do curso de Administração Pública e Políticas Públicas, na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila).
O estudante relata que foi abordado por um grupo de jovens que usava expressões de cunho racista. Getho ainda tentou dialogar com os agressores, mas sem sucesso. Após ser insultado com expressões racistas e xenófobas, foi covardemente agredido pelo grupo. Infelizmente, não é a primeira vez que estudantes desta conceituada Universidade Federal (Unila) são vítimas da violência racista e xenófoba em nossa cidade. Muitas vezes nossos vizinhos paraguaios e argentinos, ou mesmo outras etnias que transitam ou que vivem nesta cidade fronteiriça, já sofreram violências motivadas pelo preconceito de classe, raça, etnia, credo, orientação sexual, etc.
Lamentavelmente, pessoas e setores da sociedade iguaçuense, movidos pelo ódio e pela intolerância, ainda não compreenderam – ou mesmo não querem aceitar – a diversidade étnica cultural que conforma esta cidade que, além de possuir representantes de mais de 50 etnias, também se localiza geograficamente numa região de tríplice fronteira. Estes setores, motivados pelo ódio que cega, ainda não entenderam a importância desse projeto integrador dos povos da América Latina – chamado Unila – que tem trazido para Foz muitas contribuições na área do desenvolvimento humano, científico, tecnológico. Que tem nos possibilitado conhecer e uma infinidade de experiências e culturas de países latinos.
Neste duro momento da realidade brasileira, de avanço e fortalecimento do pensamento único, do conservadorismo, da intolerância, nos solidarizamos com o estudante haitiano que foi agredido, seus amigos e familiares, bem como a toda a comunidade Unileira de Foz. Queremos reforçar que a nossa entidade está a disposição para ajudar na construção deste projeto integrador dos povos, pois entendemos que este é um dos caminhos para a superação da intolerância e da violência motivada pelo racismo e xenofobia.
Exigimos das autoridades competentes que este crime seja rigorosamente investigado, que os agressores sejam punidos. Pedimos ainda, que as autoridades das diversas esferas do poder público se comprometam com ações e políticas afirmativas para o combate a todo o tipo de preconceito, existente em nossa região.
Foz do Iguaçu, 17 de maio de 2016
NS de Foz do Iguaçu