A Central Única dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Paraná reafirma a defesa da vida e o combate veemente ao racismo, que é estrutural e se apresenta cotidianamente de forma cruel, com assassinatos, prisões de inocentes e todo tipo de violência física, simbólica e psicológica às pessoas negras.
Diante dos fatos ocorridos no último dia 05 de fevereiro de 2022 no Largo da Ordem em frente à Igreja do Rosário dos Pretos, é importante destacar que:
Em protesto contra a morte de Moise Kabagambe e Durval Teófilo Filho, dois homens negros e trabalhadores, a Central Unica dos trabalhadores se somou ao ato no Largo da Ordem em conjunto com o movimento social negro e diversas entidades do movimento social e sindical. Trabalhadores que estavam ali com o único objetivo de lutar contra o genocídio da população negra, com faixas, discursos e palavras de ordem, tudo isso de forma muito pacífica.
Adentrar a igreja não foi uma ação premeditada, e estando dentro não houve profanação daquele espaço sagrado, não houve arrombamento de portas, pois a porta lateral estava aberta. Os negros e negras ali presentes se sentiram legitimados para estar em um espaço que foi construído por seus ancestrais negros escravizados que não podiam frequentar as igrejas destinadas aos fiéis brancos.
Na hora do ato de tamanha relevância, o papel da liderança religiosa deveria ser de acolhimento e dialogo fraterno, convidando as pessoas para dentro do templo ou fazendo uma saudação ali mesmo na porta da igreja.
A CUT estava no ato porque tem o compromisso em lutar a favor da vida e contra o racismo e toda forma de preconceito.