Nossa paralisação, deflagrada no último dia 9, continua por tempo indeterminado. É óbvio que desejamos retomar os trabalhos em nossas escolas, mas a forma como o governo desmantelou a rede, especialmente nas últimas semanas, nos força a permanecer em greve. O movimento, que registra 100% de adesão, é fortíssimo. Precisamos utilizar desta pressão para que o governo do Estado finalmente reabra as negociações sobre os outros itens da pauta.
“Logo no primeiro dia greve nós protocolamos um ofício informado ao governo sobre a decisão da assembleia, que deflagrou a greve, bem como solicitando uma audiência de negociação. Até o momento, não recebemos resposta”, explica o presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Leão. Além disso, ele relembra que a reinstalação da greve se deu baseada em uma pauta que vai além da retirada dos projetos de lei 06/2015 e 60/2015.
Hermes destacou que esse silêncio, por parte do governo, só dificulta ainda mais a saída da categoria da paralisação. “Sem debate do conjunto de medidas, não temos condições de avaliar o desfecho da greve, então ela pode ter uma duração longa”, avaliou. De acordo com o presidente da APP, a categoria decidiu na assembleia que deflagrou a paralisação que antes de voltar para as escolas o governo deve garantir o fim do desmantelamento da rede.
“Logo após a reeleição, o governador Beto Richa escolheu a educação como alvo constante de ataques. O início do ano letivo foi totalmente comprometido após a adoção de medidas que em nenhum momento foram debatidas com a categoria ou com a sociedade”, lamenta Hermes. Ele relembra de outubro para cá o governo suspendeu a eleição de diretores(as), taxou aposentados(as), fechou turmas e escolas, demitiu educadores(as), entre outras coisas.
E é por conta deste cenário, e da completa falta de diálogo com este governo, que a categoria permanece em greve. Abaixo, veja a pauta completa da greve:
PAUTA DA GREVE
1. Retirada ou rejeição dos projetos de lei PLC 06/2015 e o 60/2015 (a nomenclatura que receberam as duas mensagens enviadas pelo governador à Assembleia Legislativa do Paraná na última semana);
2. Pagamento imediato dos salários em atraso (PSS, 1/3 de férias, auxílio alimentação, conveniadas);
3. Retomada das negociações sobre os temas educacionais e a organização escolar;
4. Retomada do Porte das Escolas (tendo como referência mínima dezembro de 2014).
PONTOS IMEDIATOS PARA NEGOCIAÇÃO
1. Retomada imediata dos projetos educacionais e programas;
2. Abertura e reabertura de turmas/matrículas, contra a superlotação das salas de aulas;
3. Nomeados(as) de todos(as) os(as) concursados(as).