Pouco depois das 10h30 de sábado, dia 29, quem passou no Calçadão de Francisco Beltrão ouviu gritos, sons de tiros e bombas, e palavras de ordem – o barulho da repressão policial a uma manifestação. No entanto, o som não era dali. Não era de agora. Eram os ecos de um conflito de dois anos atrás, repercutidos em caixas de som, com o objetivo de relembrar um momento trágico da história da educação paranaense.
No dia 29 completaram-se dois anos desde que policiais militares afastaram – à base de balas de borracha, bombas de efeito moral, cassetetes, spray de pimenta e jatos d’água – os milhares de professores, educadores e cidadãos que se manifestavam em frente à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).
A manifestação em 2015 era contra a votação da reestruturação do Paraná previdência, responsável pelo pagamento das aposentadorias dos servidores do Estado. Apesar da manifestação os deputados votaram a favor e aprovaram as mudanças na previdência.
Então neste sábado, para recordar o que muitos chamam de confronto e os professores relatam como massacre, educadores reuniram-se no Calçadão de Francisco Beltrão. O ato começou com a fala da professora Cátia Aparecida Basso, liderança da App Sindicato de Beltrão, que lembrou a data e comparou as mudanças da previdência na época aos ataques ao direito do trabalhador que o governo federal faz hoje.
A professora também afirmou que toda a propaganda que o governo do Paraná vem fazendo, de estar com contas em dia e – ainda – inaugurando diversas obras chega a ser um insulto. Para ela, isso tudo só é possível porque o governo pôs as mãos no dinheiro do trabalhador, e que de forma alguma essa situação vale a pena.
A reportagem conversou com a professora Cátia e também com a professora Susana Beatriz Lourenci, que se posicionaram sobre a lembrança do acontecido há dois anos e também falaram da situação do País hoje.
Fonte: Jornal de Beltrão