Da dor da perda à luta por justiça. Prudentópolis sediou, neste sábado, um ato histórico em defesa da vida das mulheres, com a presença da APP, movimentos sociais, familiares e amigos enlutados pelos casos de feminicídio na cidade.
À tarde, uma marcha tomou as ruas do Centro, clamando pela superação da violência e em homenagem a Suellen Helena Rodrigues, brutalmente assassinada pelo namorado em frente aos filhos em novembro.
Mulheres de todo o estado se somaram a parentes e amigos da vítima, que lutam por agilidade no julgamento do júri e a condenação definitiva do assassino, Jaminus Quedaros Aquino, por feminicídio, além da ampliação da pena por tentativa de homicídio do filho.
Elas foram a Prudentópolis para participar do Encontro Estadual Pelo Fim da Violência das Mulheres, organizado em conjunto pela APP-Sindicato, Marcha Mundial das Mulheres (MMM), União Brasileira de Mulheres (UBM), Frente Feminista de Curitiba e Região Metropolitana e o Coletivo de Mulheres do PT-PR.
“Prudentópolis é um município bastante conservador, que tem manifestado de forma trágica a violência contra a mulher. É muito importante reunir mulheres de todo o estado aqui e mostrar que não aceitaremos. Que precisamos superar a violência. Que mexeu com uma, mexeu com todas”, afirmou Vanderleia Schinemann, assistente social do Município e integrante da MMM.
Pela manhã, as atividades envolveram acolhida na escola José Durski, com oficina de stêncil e Batuque feminista, e uma roda de conversa voltada a debater e formular ações concretas para a superação de toda forma de violência contra a mulher, da prevenção às medidas judiciais.
Margleyse dos Santos, secretária da Mulher Trabalhadora e dos Direitos LGBTI+ da APP, lembrou que o Paraná é um dos estados que apresenta mais casos de violência contra crianças. “Precisamos incluir as crianças vítimas de abuso nos nossos debates. Também fazer um pacto de inclusão pelas mulheres com deficiência neste dia 3 de dezembro, Dia Internacional da Pessoa com Deficiência”, disse.
Presentes na roda de conversa, estavam a irmã e a amiga de trabalho de outra vítima de feminicídio em Prudentópolis, Rafaela de Fátima Miranda. “É muito difícil ouvir os relatos e lembrar de tudo que passamos e continuamos passando. Mas também é muito importante perceber que há tantas mulheres do nosso lado lutando por justiça”, conta a irmã, Adriana Miranda.
Na caminhada, o depoimento da avó de Suellen desvela a dor da família: “Ainda hoje eu espero ela voltar para tomar chimarrão comigo. Foi a primeira neta que perdi. Nunca imaginava passar por isso”, lamenta Glaci de Oliveira Rodrigues, de 81 anos.
Além de Suellen e Rafaela, o Encontro homenageou Clarice Smutek, também vitimada pelo machismo em 2022.
Confira mais fotos do dia de luta:
Juntas pelo fim da violência
Qualquer dano físico, pessoal ou psicológico, incluindo ameaças ou proibição da liberdade, podem ser classificados como violência contra a mulher.
Reconhecer a violência, romper com o silêncio e denunciar são passos fundamentais para reverter essa triste realidade. Mas prevenir a violência, por meio da educação e da conscientização, deve ser um compromisso de todas e todos.
Caso você seja vítima de violência, não tenha vergonha e não se sinta culpada. Procure ajuda. Viver sem violência é um direito de todas as mulheres!
Denuncie, procure ajuda e acolhimento:
180 – Central de Atendimento à Mulher
181 – Disque Denúncia
190 – Polícia Militar
153 – Patrulha Maria da Penha (disponível em capitais e alguns municípios)
Delegacia da Mulher – Procure atendimento específico para o atendimento de mulheres na sua cidade