Hoje, 8 de março, Dia Internacional da Mulher, e o acampamento da greve foi cenário de intensos debates sobre gênero, combate ao machismo, à violência e ao preconceito nas escolas e sociedade em geral.
Na parte da manhã a professora Lirani Maria Franco coordenou uma discussão sobre Gênero e Valorização Profissional na Docência, ressaltando o desafio da educação no combate ao machismo e na construção de um mundo mais igualitário.
Segundo a assessora da secretaria de Gênero, Relações étnico-raciais e Direitos LGBT, Marilda Ribeiro da Silva, também foi discutido a relação da luta sindical da APP com a luta das mulheres. “Por sermos uma categoria marjoritariamente composta por mulheres, mais de 80%, toda a pauta sindical da APP, que diz respeito a carreira, melhores condições de trabalho, melhores salários, está diretamente ligada à vida das mulheres da categoria. Cada item da pauta conquistado nessa greve, é uma conquista também do movimento de mulheres que atuam cotidianamente dentro da APP e das escolas”, explica.
A tarde a professora de história do Colégio Chico Mendes de São José dos Pinhais, Laysa Carolina Machado, realizou uma leitura dramática do texto “Morada Transitória” de sua autoria. Laysa é a primeira e única diretora trans escolhida democraticamente para ocupar o cargo, em uma escola pública brasileira e pode trazer uma bonita experiência da sua luta diária dentro da escola.
“Como professora e historiadora eu não poderia não estar aqui neste momento, como estive em todos os momentos e estarei, se preciso, trazendo esse trabalho que também contribui por toda essa luta, que não é só nossa, mas da sociedade em geral. Esse meu texto fala de luta, resistência, de correr atrás do que você quer e principalmente, desse empoderamento que se precisa. A ‘Morada Transitória’ fala desse preconceito que sofre não só as mulheres trans, mas também as mulheres travestis e as mulheres no geral”, conta Laysa.