Movimento contra a educação não empolga. Trabalhadores(as) e estudantes voltarão às ruas dia 30

Movimento contra a educação não empolga. Trabalhadores(as) e estudantes voltarão às ruas dia 30


Foto: Giorgia Prates/UFPR - Plural.jor

Manifestantes estiverem nas ruas e praças de centenas de cidades brasileiras neste domingo (26) em apoio ao governo de Jair Bolsonaro (PSL). Os atos foram convocados em resposta aos protestos realizados em 15 de maio contra os cortes anunciados no orçamento da Educação. O que parece absurdo tomou cores e vozes: a passeata em verde e amarela entoou coro de apoio ao presidente, ao Ministro da Justiça Sérgio Moro, contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e à favor do contingenciamento de verbas na educação. Em Curitiba, os(as) manifestantes arrancaram a faixa “Em Defesa da Educação” que havia sido fixada na fachada da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Veja mais aqui

No entanto, mesmo com toda “efervescência” de uma elite que se orgulha em sair ao domingo para manifestar,  o tamanho da mobilização não foi suficiente para fortalecer o presidente nas negociações com o Congresso Nacional, acreditam analistas políticos ouvidos pela BBC News Brasil. Com isso, afirmam, a tendência é de continuidade da crise política.

A mobilização desse domingo não superou o movimento as manifestações em prol da educação e da aposentadoria digna para a população. Depois de organizar e liderar a Greve Nacional da Educação no último dia 15 de maio, uma das maiores mobilizações de sua história, a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) e a APP-Sindicato trabalham para mobilizar a base de trabalhadores e trabalhadoras da educação para voltar às ruas, junto com os(as) estudantes, no próximo dia 30, Dia Nacional de Mobilização em Defesa da Educação e Contra a Reforma da Previdência.

Apanhado histórico – O que levou milhões de pessoas às ruas em todas as capitais, no Distrito Federal e em centenas de cidades do interior do país no dia 15 e que está mobilizando toda população brasileira para o dia 30 é a política exterminadora de direitos do governo de Jair Bolsonaro (PSL).

Na educação, o ministro Abraham Weintraub anunciou no início deste mês um corte de 30% nas verbas de custeio de escolas e universidades da educação infantil até a pós-graduação, que afeta drasticamente escolas e universidades que podem ficar sem recursos até para pagar a conta de luz.

No mundo do trabalho, o governo enviou para o Congresso Nacional a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) n° 06/2019, da reforma da Previdência, alegando que era para acabar com privilégios. O que a reforma acaba, na verdade, é com o direito à aposentadoria de milhões de trabalhadores e trabalhadoras, em especial os mais pobres.

A PEC acaba com o direito à aposentadoria por tempo de contribuição, institui a obrigatoriedade da idade mínima de 65 anos para homens e 62 para mulheres, além de aumentar o tempo mínimo de contribuição de 15 para 20 anos e altera as regras especiais de trabalhadores e trabalhadoras rurais e professores, praticamente inviabilizando a aposentadoria dessas categorias. Além disso, a PEC propõe a redução do Benefício de Prestação Continuada (BPC), de um salário mínimo (R$ 998,00) para R$ 400,00 reais e o fim do pagamento do abono salarial do PIS/Pasep para quem ganha mais de um salário mínimo.

Para o presidente da CNTE, Heleno Araujo, todos os alunos da educação básica, universitária e profissional e também a classe trabalhadora devem estar juntos nas ruas no dia 30 e construir, de forma unificada, a greve geral do dia 14 de junho para revogar os cortes de verbas da educação e enterrar de vez a reforma da Previdência do governo Bolsonaro.

“No dia 30, a classe trabalhadora vai ocupar as ruas junto com a juventude para, mais uma vez, protestar contra os cortes da educação e contra o fim da aposentadoria. Precisamos barrar de vez estas maldades contra a classe trabalhadora e os estudantes”, afirmou Heleno. A APP-Sindicato apoia a participará dos atos em todas as regiões do Estado.

Ato em Defesa da Educação e pelo fim da aposentadoria

Curitiba 

Local: Praça Santos Andrade

Horário: 18h

Com informações: CNTE e BBC

:: Entidades do Fórum Nacional Popular da Educação vão reforçar atos do dia 30

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