Militante histórica contra a ditadura argentina, falece Hebe Bonafini aos 93 anos APP-Sindicato

Militante histórica contra a ditadura argentina, falece Hebe Bonafini aos 93 anos

A argentina foi uma das cofundadoras da Associação Mães da Praça de Maio, movimento que denuncia os horrores da ditadura

Foto: Sérgio Marson/ NS Umuarama

É com pesar que a APP-Sindicato comunica o falecimento da líder da Associação Mães da Praça de Maio, Hebe Bonafini no último domingo (20). Militante histórica da Argentina, Hebe foi a coofundadora do movimento, formado na década de 70 para cobrar informações sobre filhos(as) sequestrados(as), torturados(as) e desaparecidos(as) durante a ditadura que governou o país entre 1976 e 1983 e deixou cerca de 30 mil mortos.

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Bonafini estava enfrentando problemas de saúde e foi internada duas vezes recentemente num hospital em La Plata, cidade vizinha a Buenos Aires. A causa da morte não foi informada.

Na recordação da foto, Hebe participou do II Congresso de Educação Para a Integração da América Latina (CEPIAL), realizado na Universidade Estadual de Maringá (UEM), em Maringá, no ano de 1994. A APP-Sindicato esteve presente na atividade.

Luta incessante por justiça

Em plena ditadura militar, no dia 30 de abril de 1977, 14 mulheres se reuniram em frente à sede do governo Argentino, na Praça de Maio em Buenos Aires para exigir respostas e justiça por filhos(as) desaparecidos(as), vítimas do regime, iniciando assim uma luta que dura mais de 40 anos.

A partir deste dia, o número de mulheres que se reuniam todas as quintas-feiras no local aumentou, até que no dia 14 de maio de 1978 foi criada a Associação das Mães da Praça de Maio. A mobilização segue até os dias de hoje, em frente a Casa Rosada, denunciando a violência estatal e cobrando respeito aos direitos humanos. 

Hebe Bonafini, que foi uma das precursoras do movimento, nasceu em 4 de dezembro de 1928 em um bairro popular da cidade de Ensenada. Em 29 de dezembro de 1942, aos 14 anos, casou-se com Humberto Alfredo Bonafini, com quem teve três filhos: Jorge Omar, Raúl Alfredo e María Alejandra.

Em 8 de fevereiro de 77, seu filho Jorge Osmar foi sequestrado em La Plana e em dezembro do mesmo ano, seu outro filho, Raul Alfredo, em Berazategui. Um ano após o desaparecimento de seus dois filhos, a ditadura argentina também sequestrou a sua nora María Elena Bugnone Cepeda, esposa de Jorge.

Já em 1978, Hebe tornou-se a presidenta da Associação Mães da Praça de Maio e, desde então, era reconhecida como uma influente ativista de direitos humanos.

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