Mesa debate a conjuntura estadual e sindical no Paraná

Mesa debate a conjuntura estadual e sindical no Paraná


A programação da tarde desta terça-feira (26) no Congresso da APP, contou com um debate sobre o tema “Conjuntura Política Estadual e Conjuntura Sindical”. A mesa trouxe como palestrantes o presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Leão e a vice-presidente da CUT, Carmen Helena Foro.

Carmen Foro foi enfática ao defender a importância da organização da classe trabalhadora frente à política econômica do país. Para ela, 2016 deve ser um ano de muita resistência, com defesa da democracia e árduas críticas aos ataques que a classe trabalhadora vem sofrendo. “Nós fazemos a distinção clara entre defender a democracia e criticar a política de ajuste que afeta a classe trabalhadora. Temos que travar uma batalha árdua contra a política econômica. Nossa intenção é fazer grandes mobilizações para mudar essa realidade do país. No próximo período, se não tiver mudança nessa política, não haverá empregos, nem investimentos em áreas importantes e se consolidará uma recessão muito grande”. Ela destaca que a mobilização de todos(as) é essencial. “A unidade para fazer as lutas em 2016 será fundamental. Não existe outro caminho. Na história da classe trabalhadora, nada nos foi dado. Tudo foi conquistado com muita luta. Eu acredito na capacidade de organização da classe trabalhadora”, defendeu.

Além disso, Carmen Foro destacou a importância da luta da educação neste cenário. Para ela, a resistência que os(as) educadores(as) do Paraná em 2015, foi um exemplo de mobilização. “A luta da educação foi muito forte em todos os Estados, mas não podemos deixar de destacar a ação revolucionária do Paraná, que ganhou destaque nacional e internacional. Uma luta que parecia perdida, diante do que estava anunciado, parecia que não valia a pena. Mas sempre vale a pena lutar. Nem sempre é possível conquistar algo momentaneamente, mas é preciso entender que a história da classe trabalhadora é longa e os ganhos históricos são grandes”, declarou.

O presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Silva Leão, apresentou diversos estudos do cientista político, e professor da UFPR, Ricardo Oliveira, que apresenta a estrutura histórica da política no Paraná. Em seus estudos, Oliveira mostra como a política no Paraná vem se tornando um “negócio de família”, onde a prática de nepotismo cresce cada vez mais.

Hermes citou diversos gestores que tem uma política de eleição e reeleição – como Beto Richa -, dentro de famílias de políticos que estão há anos na gestão pública. O presidente da APP lembrou também que a mesma situação se repete na Assembleia Legislativa do Paraná e no poder judiciário, que tiveram uma série de reajustes e auxílios aprovados, diferente dos(as) demais servidores(as) públicos(as) do Estado. Hermes destaca que a mobilização da classe trabalhadora é o que dá esperança para mudar esse cenário.

O dirigente destacou que o modelo de gestão do Estado deixa nítida a política de governo que a classe trabalhadora está enfrentando. “Está clara que a tese do governo do Paraná, o ataque aos educadores durante a greve, a distorção criminosa de divulgação de salários, se vincula a mesma teoria da ligação completa da política e da precarização do serviço público”.

Ao finalizar a mesa, a vice-presidente da CUT Nacional, Carmen Foro, que estava no dia 29 de abril e foi atingida por uma bala de borracha, destacou que a luta no Paraná é modelo para o Brasil. “Admiro a capacidade de luta da APP-Sindicato. Vejo a luta de vocês como algo forte, simbólico e referencial da coragem que vocês têm aqui no Paraná”.

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