Medida eleitoreira de Bolsonaro afeta índice que define atualização do piso do magistério

Medida eleitoreira de Bolsonaro afeta índice que define atualização do piso do magistério

Redução na alíquota de ICMS às vésperas da eleição é uma das medidas bolsonaristas apontadas pela CNTE como responsáveis por distorções no reajuste estimado para 2024

Foto: Freepik

Definido pela variação do Valor Anual por Aluno do Fundeb (VAAF), o índice de atualização do piso salarial profissional nacional do magistério para 2024 é estimado em 3,62%. Em nota pública, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) explica que o percentual, abaixo da inflação, é consequência de medidas eleitoreiras adotadas por Jair Bolsonaro.

De acordo com a Confederação, iniciativas do ex-presidente às vésperas das eleições de 2022, como redução do ICMS e alteração da política de preços da Petrobras, reduziram drasticamente o financiamento das políticas públicas de educação e outras áreas sociais e provocaram forte retração das receitas do Fundeb em 2023.

“Em âmbito do FUNDEB, as receitas que haviam crescido mais de 33% em 2021, e quase 15% em 2022, despencaram para pouco mais de 3% em 2023, tendo se recuperado um pouco mais no último quadrimestre desse ano”, diz a nota.

Apesar da retomada dos investimentos em educação, adotada pelo governo federal após a posse do presidente Lula, o VAAF de 2023 ficou em R$ 5.315,56, ante R$ 5.129,80 calculado no ano anterior. Com essa variação, o piso salarial do magistério no Brasil, para uma jornada de 40 horas semanais, deve passar dos atuais R$ 4.420,55 para  R$ 4.580,57.

Lembrando que em 2021, terceiro ano da gestão bolsonarista, o percentual de reajuste do piso foi 0% e a inflação medida pelo INPC ficou em 10,16%, a CNTE orienta suas entidades filiadas e demais sindicatos a reivindicar junto às administrações públicas a reposição da inflação e, de preferência, com ganho real. Em novembro de 2023, o INPC registrou alta de 3,85%.

Para evitar distorções como as registradas em 2021 e agora em 2024, a CNTE argumenta que defende a vinculação da atualização anual do piso do magistério à reposição inflacionária mais ganho real e que essa condição seja estendida aos demais profissionais da educação.

Mesmo considerando que as regras de reajuste anual do piso do magistério são estipuladas pela Lei 11.738/2008 e o Valor Anual por Aluno do Fundeb (VAAF) já ter sido divulgado pela Portaria Interministerial 7, a CNTE afirma na nota que aguarda o anúncio oficial do MEC sobre a atualização do piso do magistério.

MENU