Marco histórico: há 90 anos, mulheres conquistavam direito ao voto no Brasil

Marco histórico: há 90 anos, mulheres conquistavam direito ao voto no Brasil

Ainda há muito a avançar. Mesmo no exercício de direitos políticos, a desigualdade é a regra e deve ser combatida no ano eleitoral

A conquista do voto feminino no Brasil é memorada a cada 24 de fevereiro desde 1932, quando Getúlio Vargas decretou o novo código eleitoral. Ainda que limitado – mulheres casadas precisavam de permissão do marido para votar – a data representa um avanço na longa luta pela igualdade de gênero e pela cidadania plena.

A secretária da Mulher Trabalhadora e dos Direitoss LGBTI+ da APP, Margleyse Adriana dos Santos, lembra das dificuldades enfrentadas pelas pioneiras das causas feministas. “As reivindicações não foram vistas com bons olhos. Até hoje a sociedade é contaminada pela ótica machista que enxerga na mulher um ser criado para o lar, que não conhece política e não sabe votar. Muitas vezes o voto é imposto por decisões de maridos e pais, por exemplo.”

Ainda há muito a avançar. Mesmo no exercício de direitos políticos, a desigualdade é a regra. A sub-representarão na política escancara o imenso desequilíbrio da realidade nacional. Mulheres compõem mais da metade da população brasileira, mas ocupam uma pequena parcela dos cargos decisórios.

As conquistas do passado, no entanto, inspiram a luta do presente. O ano eleitoral representa uma possibilidade concreta de mudança. Entre as lutas da APP-Sindicato, está o compromisso inabalável com a igualdade de gênero, desde o fomento ao debate em sala de aula até a ação diária, combativa e afirmativa. Por mais respeito e valorização das mulheres, contra o machismo e todas as formas de violência.

Você sabia?

– Foi nas eleições de 2000, que, pela primeira vez, o eleitorado feminino superou em números o masculino. Sigamos, em 2022, os passos de Celina Guimarães Viana; a primeira mulher a se registrar como eleitora no Brasil.

Leolinda de Figueiredo Daltro, uma das principais expoentes da luta pelo voto feminino no Brasil, era professora. Em 1910, a professora fundou, no Rio de Janeiro, o Partido Republicano Feminino, com o objetivo de “promover a cooperação entre as mulheres na defesa de causas que fomentassem o progresso do país”.

– Voto obrigatório foi só em 1946. A sufragista Jerônima Mesquita também foi uma das pioneiras na luta pelo direito ao voto feminino, atuando no movimento sufragista de 1932. Com Bertha Lutz e Maria Eugênia, em 14 de agosto de 1934, lançaram um manifesto à nação, chamado de Manifesto feminista.

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