Muitos(as) passaram a noite em viajem para chegar hoje (04) muito cedo na sede da APP-Sindicato, em Curitiba. Todos(as) com um objetivo em comum: fortalecer a resistência diante dos ataques de ódio e repressão tão presentes na história atual do Brasil e do Paraná. Organizado pela direção estadual da APP, o Seminário Estadual de Conjuntura da APP-Sindicato acontece neste final de semana e analisa os desafios dos(as) trabalhadores(as) e do movimento sindical.
Pela manhã, a filósofa e escritora Márcia Tiburi conversou com os(as) mais de 400 educadores(as) e sindicalistas presentes no evento sobre conceitos de vida pública, democracia e cidadania. A fala de Márcia foi pautada por duas de suas publicações, os livros Filosofia Prática: Ética, Vida Cotidiana, Vida Virtual e Como conversar com um fascista. A filósofa fez uma análise sobre a propagação do discurso do ódio como um instrumento para tirar a legitimidade daqueles e daquelas que lutam por uma sociedade mais justa. O termo ‘APPfobia’ foi usado na fala para ilustrar a realidade da conjuntura estadual. “O fascista que vos governa, aqui no Estado usa de violência física e psicológica. Uma combinação perigosíssima, sem precedentes na história. Professores atrapalham e professores precisam ter consciência que atrapalham, mas de que estão onde estão para frear um processo de falta de conhecimento. Nós precisamos pensar na nessa nossa posição a todo momento. Pois o fascista é um autoritário muito interessado em usar da violência para se sentir superior à inteligência do outro”, propõe a escritora.
Na sequência os(as) participantes do Seminário foram contemplados com as propostas de reflexão do economista e representante da Fundação Perseu Abramo, Gustavo Codas Friedmann. Friedmann analisou o comportamento das elites nas grandes potências capitalistas e contextualizou com os últimos fatos históricos da América Latina. “As oligarquias têm um modelo de gestão econômica e social que não as habilita a ganhar eleições, então a única forma que muitos tem de chegar ao governo é um golpe de Estado. Assim fizeram em 64 e assim estão fazendo agora com o apoio do parlamento Brasileiro. O objetivo não é resolver a corrupção, é impor um modelo de gestão que, em condições reais de democracia, não seria aceito”, analisa o economista.
O Seminário segue agora à tarde com falas sobre a conjuntura estadual e a previdência dos(as) trabalhadores para que os(as) educadores(as) possam, neste primeiro dia de evento, analisar a construção social e política para analisar o impacto do neoliberalismo vigente nos governos atuais.