Mais de 200 educadores(as) aposentados(as) de todo o Paraná enfrentaram a chuva e o frio de Curitiba para engrandecer a luta da categoria nesta terça-feira (7).
Convocados(as) pela APP, trabalhadores(as) que dedicaram a vida à educação passaram o dia na Assembleia Legislativa, dialogando com deputados(as) da base e da oposição por respeito, valorização e salário digno.
A “Marcha dos(as) Aposentados(as)” continua nesta quarta-feira (8), e tem como pautas a imediata implantação da Data-Base e o fim do desconto previdenciário abaixo do teto do INSS, imposto pelo governo Ratinho e sua base aliada em dezembro de 2019.
“O que estamos pleiteando é que isente até o teto do INSS. Além de não ter o salário reajustado, o governo tem tomado, literalmente, uma parte do salário dos aposentados e aposentadas. Hoje, uma professora aposentada recebe líquido menos do que recebia em 2019. Isso é vergonhoso, é desumano para quem contribui a vida inteira ser penalizado”, explica a presidenta da APP, Walkiria Mazeto.
A manhã começou marcada pela insensibilidade do governo. Um interdito proibitório impediu a instalação de barraca na Praça Maria Salete, local marcado para a concentração dos(as) aposentados(as). Com a forte chuva, os(as) manifestantes adiantaram os trabalhos e se dirigiram à Alep desde cedo.
No Plenarinho, os(as) educadores(as) realizaram uma audiência com a presença de deputados(as) da oposição, que apoiam os pleitos da categoria. Estavam presentes Arilson Chiorato, Luciana Rafagnin, Professor Lemos, Tadeu Veneri, parlamentares do PT.
Antes do final da manhã, os(as) aposentados(as) se dividiram em grupos para entregar cartas detalhando as reivindicações e demonstrando que há recursos para pagar a Data-Base referente aos últimos 12 meses (12,13%) e o resíduo da Lei 18.493/15 (3,39%), além de aumentar a margem de isenção do desconto previdenciário.
>> Acesse a carta entregue aos(às) deputados(as)
“Muitos de nós contribuímos desde o tempo da ditadura. Muito do que a categoria tem hoje foi conquista nossa, que estivemos nas ruas nos piores anos da história. Agora, este governo nos deixa de lado e continuamos na luta. Eu me orgulho muito da APP e de cada um de vocês que não recuam da luta” afirmou a secretária de Aposentados(as) da APP, Maria Adelaide Mazza Correia.
À tarde, a agenda foi dentro do Plenário. Com faixas e cartazes evidenciando a pauta de lutas, os(as) educadores(as) acompanharam a sessão e se fizeram ouvir.
Ao término da sessão, dirigentes da APP participaram de uma reunião com o líder do governo, deputado Marcel Micheletto (PL), e parlamentares da oposição. Após debaterem as reivindicações da categoria, ambos acordaram uma nova reunião na próxima semana.
Educadores(as) enfrentaram horas de estrada e vieram dos 27 Núcleos Sindicais da APP para a luta. Gente como a professora Yara Aparecida Favoreto, 82 anos, sindicalizada desde 1958. “Estava na praça quando Álvaro Dias massacrou os professores. A partir de Beto Richa a coisa piorou. Com Ratinho, chegamos no auge do desrespeito à educação”, conta a educadora, que veio de Londrina.
A Marcha dos(as) Aposentados(as) é parte das lutas de junho, deliberadas na última Assembleia Estadual da APP. O calendário culmina em paralisação e ato estadual no dia 21. Em função dos prazos legais do período eleitoral, o mês será crucial para avançar nas pautas, em especial a Data-Base. Mas não haverá conquistas sem forte mobilização e pressão.
O Estado acumula uma dívida superior a 36% com o funcionalismo. A proximidade da janela eleitoral impõe o prazo legal de 1º de julho para a recomposição das perdas inflacionárias dos últimos 12 meses (12,13%). Outros 3,39% já estão aprovados(as) e carecem apenas da autorização do governador, independente do período eleitoral.
Confira o Calendário de Mobilizações aprovado na Assembleia: