Os(as) professores(as) da rede estadual do Paraná realmente não tem sossego. Nos últimos anos, o governador Beto Richa insiste em atacá-los(as) desde as férias de janeiro. Primeiro foi o pacotaço de janeiro de 2015, quando o governo tentou acabar com a carreira e a aposentadoria de todos(as) os(as) servidores(as) estaduais. A “guerra” iniciada por Richa culminou com o fatídico massacre de 29 de abril daquele ano.
Agora, em 2017, o governo continua a bombardear a categoria. Anuncia medidas que punem educadores(as) doentes e diminui a hora-atividade dos(as) professores(as). Desde ontem divulga números no mínimo, imprecisos, sobre o salários dos educadores(as).
A lei federal 11.738/2008 estabelece o Piso Salarial Nacional do Magistério e também regula em 1/3 a hora-atividade desses(as) profissionais. O governo do Paraná não cumpre essa lei desde 2016, quando deixou de reajustar o salário do magistério paranaense de acordo com o que o Ministério da Educação (MEC) determina. Essa defasagem, hoje, chega a 15,98%.
O piso nacional definido pelo MEC para 2017 é de R$ 2.298,80 para uma jornada de 40 horas e com exigência de nível médio. No Paraná o valor está bem abaixo, basta constatar na tabela salarial disponível no próprio site da Secretaria de Estado da Educação. Para o nível médio, o valor do salário no Paraná, previsto na tabela, é de apenas R$ 991,04, para uma carga horária de 20 horas. Ou seja, se dobrarmos esse valor chegaremos ao valor do “piso paranaense” de R$ 1.982,08.
O ataque do governo não se justifica. Os profissionais da educação são os que ganham os menores salários do Estado. Apesar de representar cerca de 60% de todo o funcionalismo, consome o equivalente a 30% da folha de pagamento do Estado.
“Um professor atende, em média, quarenta alunos numa sala, num período de cinquenta minutos. Qual servidor, secretário de Estado ou governador atende a população desta forma?”, afirma Hermes Silva Leão, presidente da APP-Sindicato. Ele questiona a perseguição do governo aos educadores. “Por que não se questionam os valores pagos a cargos em comissão no alto escalão do governo, sem concurso e indicados de partidos? Por que o governador não reduz os valores repassados ao judiciário, por exemplo? Só pode ser perseguição a uma categoria já castigada pela falta de condições de trabalho e pelos salários defasados”, afirma Leão.
A APP-Sindicato lamenta a distorção de números sobre os salários, para atacar a categoria e tentar colocar a sociedade contra os(as) educadores(as) e o sindicato.