Eles(as) foram os(as) protagonistas de uma grande manifestação nas ruas da capital para defender o direito à educação. Estudantes do Ensino médio de escolas públicas de Curitiba se reuniram hoje (05) na Praça Santos Andrade para um ato público contra a imposição do governo Temer de reformar do Ensino Médio.
Junto aos(às) estudantes estavam educadores(as) que levaram às ruas, em caminhada, sua revolta contra a arbitrariedade da proposta que irá afetar a rotina de toda escola e a carreira dos(as) trabalhadores(as). No Paraná, os trabalhadores(as) tem um motivo a mais para se unir em defesa da educação pública, pois, além das ameaças em âmbito nacional, sofrem ainda com a vontade do governo Richa em congelar os salários do funcionalismo – como se já não bastassem as dívidas acumuladas com professores(as) e educadores(as). São mais R$ 500 milhões em atrasos salariais na rede estadual.
Para o secretário de Políticas Sociais da APP-Sindicato, professor Alfeo Luiz Capellari, a educação está sendo visada pois representa uma guerra de poderes. “A educação é o maior orçamento do governo federal. Por isso, esta medida provisória propondo mudanças às pressas é para abocanhar uma fatia do investimento, não para melhorar a qualidade do ensino”, defende o secretário.
Em todo Paraná, seis escolas foram ocupadas por estudantes nesta semana, de acordo com a União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (UPES), quatro em São José dos Pinhais, uma em Curitiba e outra em Maringá. “Além da manifestação, temos a ocupação de colégios contra a reformulação do Ensino Médio. Essa não é a reforma que sempre defendemos. O povo não foi consultado, também não houve nenhum diálogo com os estudantes. Eles querem que deixe de ser obrigatório disciplinas como Sociologia, Filosofia, Artes, justamente as matérias que servem para deixar os estudantes críticos. Essa é uma proposta pensada para fornecer mão de obra para a iniciativa privada” explica o presidente da UPES e estudante, Mateus dos Santos.
As ocupações e o ato que levou quase 3 mil pessoas às ruas de Curitiba é uma mostra do descontentamento contra os ataques à educação. Estudantes e educadores(as) seguem em mobilização contra os ataques nacionais e estaduais. “Enviar uma reforma estrutural por medida provisória é arbitrário. Isso não combina com o amplo debate entre educadores e o povo brasileiro. Essa é a nossa defesa. Jamais deveria ter sido promulgado como medida provisória. Temos um completo desacordo com um conjunto de propostas. Não dá para submetermos nossos adolescente à uma escolha de formação condicionada por áreas do conhecimento, muito menos tornar facultativas matérias que servem para a emancipação do indivíduo. Os próprios estudantes já perceberam isso”, reforça o presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Leão.
Coletiva
Em coletiva com a imprensa, na sede da APP-Sindicato, estudantes falam sobre atos e ocupações durante o dia de hoje. Foram registradas mobilizações em 15 municípios. Até o momento, 11 escolas seguem ocupadas. São os(as) nossos(as) jovens dando uma aula de resistência e fraternidade.