O Conselho Superior do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná (IFPR) homologou em abril a criação do Curso Superior Tecnologia em Processos Escolares, no Campus Curitiba.
O curso é destinado aos(às) funcionários(as) de escola da rede pública que aguardam a possibilidade de terem uma formação superior. “Nosso público alvo são os que fizeram no passado o Pró-funcionário e agora precisam fazer a formação superior para avançar na carreira, garantindo uma aposentadoria melhor”, diz Diana Gurgel Pegorini, pedagoga, mestra, doutora em educação e coordenadora do novo curso.
:: Receba notícias da APP pelo Whatsapp ou Telegram
Diana explica que o curso foi criado tendo em vista os(as) trabalhadores(as) que compõem a base da APP. “Esse curso corrige uma dívida histórica com esse público. Temos vários cursos para formação de professores, mas para formar os educadores que trabalham na parte administrativa e de apoio não tem”, observa Diana.
Além do IFPR, apenas o Instituto Federal do Acre e a Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) oferecem o curso superior Tecnologia em Processos Escolares, segundo Diana. “Historicamente, o Brasil sempre relegou a segundo plano a formação desses educadores. Sempre a preocupação era com os professores, mas os demais trabalhadores, administrativos, merendeiras, que também são educadores, não são lembrados”, aponta.
Colaboração
Diana destaca a contribuição de José Valdivino de Moraes para a formatação do curso. Valdivino é ex-dirigente da APP e atual secretário executivo da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). “Ele nos ajudou muito, com documentos e, o mais importante, trazendo as demandas desses profissionais para gente fazer essa capacitação”, diz a coordenadora do curso.
No projeto pedagógico do curso, Valdivino figura como representante da comunidade. “A formação dos funcionários de escola deve ser universalizada e esse é um começo. Com a universidade oferecendo essa formação, teremos profissionais com maior capacidade intelectual e pedagógica, preparados para compreender as crianças a partir de suas mais amplas necessidades psicológicas, afetivas e sociais”, afirma o dirigente.
A secretária de Funcionários da APP, Elizabete Dantas, considera importante a criação do curso e defende que seja estendido a todos os campi do IFPR, com uma matriz curricular que atenda a demanda das quatro habilitações: Curso Superior em Tecnologia de Processos Escolar em Secretaria Escolar, Multimeio Didático, Alimentação Escolar e Infra Estrutura Escolar.
Graduação
O curso será de graduação, presencial, vespertino, com 40 vagas e duração de três anos. As aulas começarão em 2025 no campus Curitiba (avenida João Negrão 1.285), das 13h30 às 17h45. As inscrições para o vestibular devem começar em setembro.
“Como é uma formação para profissionais que atuam em várias áreas de escola, tem que ser uma formação bem generalista, pois temos que atender a merendeira, o pessoal que trabalha no almoxarifado, nos laboratórios, na secretaria acadêmica, o curso tem que atender essa gama toda”, explica Diana.
O curriculum tem uma parte de formação pedagógica, em que o estudante vai ter contato com temas como fundamentos e teoria da educação brasileira, avaliação institucional, gestão educacional e teoria do conhecimento pedagógico.
“Alimentação e saúde escolar também serão trabalhados, assim como outros temas que se relacionam com isso, como atendimento inclusivo da diversidade. Temos uma disciplina específica sobre segurança no espaço escolar. Cada área tem disciplinas que trabalham determinado assunto, mas conversam com todo o resto”, explica a coordenadora.
Secretaria escolar, redação, informática básica, matemática, teoria da administração, gestão de eventos escolares também fazem parte do conteúdo do curso, que tem também disciplinas optativas, como Libras, e atividades de extensão com práticas nos locais de trabalho.
Leia também:
>> Dia Estadual do Funcionário(a) de Escola é comemorado nesta quarta-feira (7)
>> Ataques à educação pública no Paraná são parte de movimentação global para privatizar escolas
>> APP lança movimento “Não Venda a Minha Escola” durante 14º Congresso Estadual