Histórico: 50 mil nas ruas em defesa da educação!

Histórico: 50 mil nas ruas em defesa da educação!


50 mil. Nunca antes, na história da APP-Sindicato, uma marcha pública teve tamanha adesão. Professores(as), funcionários(as), alunos(as), servidores(as) de outras categorias e comunidade marcharam. Saíram da Praças Santos Andrade e Praças Rui Barbosa rumo ao Centro Cívico de Curitiba para mostrar à todos que a educação pública do Paraná precisa de atenção, e urgente.

A equipe de comunicação da APP-Sindicato dividiu-se e, aqui, o relato de uma manifestação que parou a capital do Estado, não só por ter ocupado o lugar dos veículos, mas desviou olhares e aplausos em todas as ruas por onde passou.

 

Praça Rui Barbosa – Aproximadamente 10 mil educadores e educadoras saíram da Praça Rui Barbosa sentido à Praça Tiradentes. Educadores(as) de Curitiba e região metropolitana fizeram caminhada pelo centro da cidade e passaram em frente à Secretaria da Fazenda (Sefa) durante o trajeto. Ao chegarem em frente da Sefa, os(as) manifestantes(as) viraram as costas para a secretaria com o intuito de demonstrar o repúdio que sentem pelas atitudes do governo.

O secretário de Assuntos Municipais da APP-Sindicato, Celso José dos Santos, explica sobre o ato dos(as) servidores(as). “Estamos aqui em um ato silencioso já que ao lado da Sefa tem um hospital e, ao contrário do governo, nós respeitamos a saúde e a educação. Também estamos mostrando nosso repúdio ao ficarmos de costas para o secretário, já que ele está de costas para o Paraná”, diz. De acordo com Celso, a categoria está indignada com os desmandos do governo Beto Richa. “É um ato muito forte e esperamos que, depois de sepultar todo o descaso do governo com a educação, ela possa ressuscitar no estado do Paraná”.

A professora Marlei, secretária de Finanças da APP-Sindicato, fala do ato como uma forma de lutar pela educação pública de qualidade para todos(as). “Estamos aqui fortalecidos com educadores de todo Paraná e, também, de outros sindicatos, como o Sindijus,  Sindisaúde, agentes penitenciários, universidades estaduais e outros. Estamos, todos juntos na defesa de um Estado melhor. A população precisa saber: não fomos nós quem quebramos o Estado. Quem quebrou o Estado foi o governador Beto Richa”, completa.

Segundo Marlei, a expectativa da reunião com o governo hoje é que sejam apresentadas propostas que a categoria possa avaliar. “Nós entendemos que o governo não trouxe ainda o conjunto da nossa pauta para que possamos avaliar”, explica.

A  Secretaria de Organização, Tereza Lemos, também explicou que é preciso ter propostas concretas do governo para apresentar à categoria. ” Esperamos que o governo entenda a necessidade que nós temos e que atenda a nossa pauta. Nós temos vários pontos da pauta que ainda estão pendentes e esperamos que hoje a gente tenha uma resposta positiva para que possamos voltar à normalidade”, esclarece. Além disso, Tereza ressalta que somente a assembleia é quem vai definir o término ou não da greve. ” A greve continua: entramos em greve em uma assembleia e só sairemos por outra assembleia. Depois que o governo apresentar propostas decentes vamos chamar uma assembleia para avaliar”, finaliza.

Manifestação abençoada – O bispo Dom José Mário falou com os(as) educadores(as) em frente à Catedral Basílica de Curitiba, na Praça Tiradentes. O bispo fez uma oração pela educação e declarou o seu apoio para todos(as) os(as) trabalhadores(as). O diácono e educador Jadilson disse que a educação é vida e, por isso, é defendida também pela igreja. “Quero dizer a todos os professores que, ao término dessa luta, retornem com a consciência de que estão reproduzindo vida na sala de aula”. Ele ressalta a satisfação de estar diante de milhares de educadores(as) em busca dos seus direitos. “Pela primeira vez na história a gente tem essa união e congregação de pessoas. A classe dos trabalhadores está de parabéns pela consciência do que foi feito conosco”.

Enquanto isso a Praça Santos Andrade, fervilhava de caravanas do interior que chegaram a Curitiba. Foram mais de 150 ônibus que trouxeram representantes de todas as partes do Estado. A manhã iniciou com o Centro lotado por manifestantes e suas bandeiras de luta.

A marcha dos 50 mil foi diferente também para a APP. Nesta caminhada, pequenos atos deram um tom de poesia a luta dos educadores e educadores. Rosas foram distribuídas a população. Bicicletas, guiadas por professores(as), carregavam sacos simbólicos com dinheiro, enquanto os(as) educadores(as) estendiam cartolas para coletar moedas nas ruas em resposta à declaração do governador que o Estado sobre com a falta de verbas para honrar seus compromissos com o funcionalismo. “As rosas são para agradecer à solidariedade da sociedade com a nossa greve. A cartola funciona como uma ação bem-humorada para chamar à atenção da população para o absurdo que é termos que revindicar os salários dos servidores”, explicou o secretário de Comunicação da APP, Luiz Fernando Rodrigues.

Enquanto a marcha subia pelo Centro Cívico a Comissão de Negociação apressou-se para chegar às 11h no Palácio Iguaçu, antes dos manifestantes ocuparem a frente do Palácio Iguaçu, os(as) representantes da categoria já estavam à espera do governo para a terceira reunião de negociação, onde os pontos pendentes desta greve seriam tratados.

Sob seu guarda-chuva florido para se proteger do forte sol, a professora Izabel do Núcleo Sindical de Apucarana descreve sua impressão da grande marcha: “Foi maravilhoso e foi maravilhoso passar pelas ruas e ver que o povo está conosco. Estamos realmente fazendo história no Estado do Paraná, este é um momento único”. Realmente, nesta quarta-feira, os(as) trabalhadores(as) da educação mostraram que é possível florescer e transmitir força e suavidade mesmo nos momentos mais inóspitos.

Um pouco da nossa mobilização de hoje:

Isso vai fechar em 5 segundos

MENU