Sem alarde, a Secretaria da Educação iniciou um processo de consulta a escolas da rede estadual sobre a adesão ao modelo cívico-militar.
Segundo informações, Núcleos Regionais de Educação solicitaram que as escolas façam consultas internas com professores(as) e funcionários(as) e manifestem interesse até segunda-feira (14).
Ratinho já havia anunciado que dobraria o número de escolas cívico-militares, um modelo falido, sem resultados e que já foi extinto pelo governo federal.
Se a sua escola for consultada, converse com seus colegas, vote NÃO e defenda uma escola pública plural, democrática e inclusiva.
Seis motivos para votar NÃO:
1. Valorize a sua profissão
Militares aposentados(as) vivem de pensões maiores do que a aposentadoria dos(as) educadores(as) e, na escola cívico-militar, recebem uma gratificação de R$ 5,5 mil para organizar filas e fiscalizar o corte de cabelo de estudantes. A gratificação é maior do que o Piso dos(as) professores(as) e o suficiente para pagar o salário básico de cinco funcionários(as) Agentes I. Escola não é cabide de emprego. Aceitar a entrada de militares é um deboche com quem está com o contracheque parado no tempo.

2. Escola é para aprender e ensinar, não para sustentar militar
A premissa de que escolas funcionam melhor com a presença de militares aposentados(as) desrespeita os(as) professores(as) e funcionários(as), como se não fossemos capazes de manter um ambiente seguro e adequado à aprendizagem sem interferência externa. Não existem dados que comprovem a eficácia do modelo.
No Paraná e no país, as escolas militarizadas protagonizaram inúmeros episódios de violência, assédio e violação de direitos de crianças e adolescentes. Trata-se de um modelo implantado à revelia da LDB, da literatura educacional e de evidências científicas, sustentado apenas por platitudes e conceitos vagos como “disciplina” e “respeito”, Das nossas escolas, cuidamos nós.

3. Desvio de recursos da educação
No modelo cívico-militar, é o orçamento da Secretaria da Educação que banca a gorda gratificação para militares aposentados(as). Trata-se de um desvio de recursos que poderiam ser investidos na valorização profissional ou em obras e equipamentos para as escolas, mas acabam sustentando um projeto inútil e demagógico, que divide a rede estadual.

4. Escola não é lugar de doutrinação ideológica
O modelo de escolas cívico-militares foi criado durante o governo Bolsonaro sem qualquer justificativa técnica. Trata-se de um projeto autoritário e ideológico que apela ao pânico moral da população, cultua a violência como forma de solução de conflitos e busca confundir a sociedade, que pensa que terá uma escola militar tradicional. A diferença é enorme. Escola é para aprender e ensinar, não para doutrinar.
5. Lugar de militar é na rua, cuidando da segurança pública
O óbvio precisa ser dito. Se ao(à) professor(a) não cabe fazer ronda nas ruas, aos(às) militares não cabe ocupar escolas. Lugar de militar é na segurança pública, e segurança se faz nas ruas e nas proximidades dos colégios, não dentro deles.
6. Não troque a autonomia da sua escola por uniformes
O programa de escolas cívico-militares do Estado não prevê novos investimentos em obras ou equipamentos. O único gasto extra, além da gratificação para militares na reserva, são os uniformes de qualidade questionável. Já a escola se torna integral e perde o ensino noturno, se houver. A direção também passa a ser indicada, sacrificando a autonomia e a gestão democrática.
