Governo Ratinho Jr. utilizou conduta de grupos extremistas para tentar criminalizar greve dos(as)  educadores(as)

Governo Ratinho Jr. utilizou conduta de grupos extremistas para tentar criminalizar greve dos(as)  educadores(as)

Após investigação de jornal, Secretaria da Educação confessa ter feito disparo em massa de material apócrifo com fakenews e conteúdo político contra a mobilização

O Jornal Plural revelou nesta quinta-feira (6) que a Secretaria da Educação (Seed) é a responsável pelo disparo em massa de um vídeo apócrifo com informações falsas contra a luta dos(as) educadores(as) paranaenses que entraram em greve para defender a escola pública.

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Inicialmente, a pasta negou a informação, mas após apuração da jornalista Aline Reis, e a identificação de que o vídeo foi armazenado na internet por um funcionário que presta serviço para a Seed de forma terceirizada, a pasta confessou a prática, que é considerada criminosa.

O vídeo usa trechos de banco de imagens mostrando estudantes que não pertencem a rede estadual paranaense e a narração de um texto direcionada aos pais, com informações falsas e de cunho alarmista, atacando a greve e também os(as) educadores(as).

Esse tipo de estratégia é comumente utilizada por grupos extremistas ao redor do mundo, para provocar crises políticas, atacar direitos de minorias sociais e espalhar o caos. Até o momento, não havia registro do uso desse tipo de iniciativa ilegal por uma instituição pública do Paraná, em uma democracia.

“Essa é mais uma de tantas denúncias que nós recebemos de violência, truculência, assédio, mentiras, ameaças e fraudes utilizadas por este governo para tentar nos intimidar e criminalizar uma greve legítima. Nosso jurídico já está tomando as providências para fazer a representação de todas essas práticas antissindicais, inclusive na Organização Internacional do Trabalho”, afirma a secretária de Assuntos Jurídicos da APP-Sindicato, Marlei Fernandes.

>> Saiba mais: Leia aqui a íntegra da matéria do Jornal Plural

Foto: Frame do vídeo apócrifo distribuído pela Seed / reprodução

Não venda a minha escola

Professores(as) e funcionários(as) de escola da rede estadual entraram em greve na segunda-feira(3) após não terem respostas do governo sobre pautas urgentes para a categoria, como o projeto de lei que autoriza a privatização de escolas. A categoria também cobra a reposição salarial dos últimos 12 meses, o pagamento do reajuste do Piso Nacional e o fim da terceirização dos(as) funcionários(as) de escola.

Desde a deflagração do movimento, a Seed disparou uma série de ataques, assédios, ameaças e perseguições contra os(as) educadores(as), na tentativa de frustrar a adesão à greve. A APP-Sindicato recebeu inúmeras denúncias e acionou o Ministério Público do Trabalho. O órgão expediu uma recomendação para o governo cessar as práticas antissindicais.

Mesmo submetida às práticas violentas, a categoria aderiu ao movimento e realizou um ato histórico, na segunda-feira, em Curitiba,reunindo mais de 20 mil pessoas. Além da capital, protestos aconteceram em todas as regiões do estado.

O movimento pedia a retirada do Projeto de Lei 345/2024 que autoriza a privatização das escolas estaduais. Indiferente à pressão popular e à rejeição da sociedade à proposta, o governador e sua base aliada na Assembleia Legislativa avançaram com as votações em regime de urgência. O texto foi aprovado em sessões realizadas de forma on-line, com 39 votos favoráveis e 13 contrários, e foi sancionado ainda na terça-feira.

Nesse mesmo dia, em mais uma demonstração de violência, Ratinho Jr., através da Procuradoria Geral do Estado, pediu a prisão da presidenta da APP, Walkiria Mazeto, por realização da greve. A notícia causou repercussão imediata no mundo político e na sociedade, expondo a face autoritária do atual governador do Paraná.

Após novos atos e protestos realizados em Curitiba e em todo o estado, a categoria reuniu-se na noite desta quarta-feira (5), em Assembleia Estadual Extraordinária da APP-Sindicato para avaliar a greve da educação e deliberar os novos rumos da mobilização. 

Durante a reunião, realizada de forma on-line, os(as) educadores(as) destacaram o apoio da sociedade recebido pelo movimento iniciado na última segunda-feira (3), decidiram pelo encerramento da greve e manutenção do estado de greve. 

Foi aprovada uma jornada de lutas para barrar a privatização das escolas e exigir do governador Ratinho Jr. (PSD) o atendimento de outras pautas prioritárias para a categoria.

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