Governo Ratinho Jr terceiriza culpa pelo crime de disparo ilegal de mensagens bolsonaristas

Governo Ratinho Jr terceiriza culpa pelo crime de disparo ilegal de mensagens bolsonaristas

Textos golpistas foram disparados 324,8 mil vezes por meio de serviço contratado pelo Estado

Além de terceirizar um serviço estratégico e colocar dados sigilosos de paranaenses sob a tutela de frágeis protocolos de segurança, o governo Ratinho terceiriza a culpa pelo crime de disparo ilegal de mensagens bolsonaristas via SMS. A resposta foi lavar as mãos, não assumir qualquer responsabilidade e se fazer de vítima da empresa que o próprio Estado contratou.

As mensagens golpistas atingiram 324.818 mil pessoas do Paraná, São Paulo e Santa Catarina nos dias 23 e 24 de setembro, originadas do número utilizado por serviços do governo . “Vai dar Bolsonaro no primeiro turno! Senao, vamos a rua para protestar! Vamos invadir o congresso e o STF! Presidente Bolsonaro conta com todos nos!!”, diz o mal escrito texto enviado.

O disparo de mensagens em massa sem autorização de quem vai receber é proibido desde o ano passado, independentemente do conteúdo. Para agravar a situação, as mensagens têm evidentes objetivos golpistas, incentivando a violência e o desrespeito ao convívio democrático. Por fim, a utilização do banco de dados dos cidadãos do Paraná constitui evidente uso da máquina pública.

Depois que o crime foi constatado, com ampla repercussão na imprensa, Ratinho Jr optou por lavar as mãos e fingir que não era com ele. Embora não esconda seu alinhamento político e eleitoral com Bolsonaro, o governador tenta convencer a todos que nada tem a ver com mais esse mal feito.

Reafirmando seu gosto por terceirizações, Ratinho agora tenta terceirizar a culpa pelas mensagens criminosas. Ele atribuiu a responsabilidade à empresa mineira Algar, contratada pela Celepar. A Algar Telecom, por sua vez, também terceirizou a culpa, atribuindo a um funcionário iniciante os disparos criminosos, tentando construir um roteiro em que a culpa será finalmente atribuída ao mordomo.

A confusão evidencia que a Celepar adota proteção insuficiente do acesso a um sistema que guarda dados pessoais e sigilosos de milhares de paranaenses. 

O fato de o crime ter ocorrido por obra da terceirizada não exime o governo Ratinho de responsabilidade. Terceirizar ou não serviços estratégicos e expor dados pessoais ao acesso de pessoas sem qualquer compromisso com a coisa pública é uma opção. Como fiscal e regulador da terceirização, o governo deve responder pelo crime cometido sob a sua responsabilidade.

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