Governo Ratinho Jr. quer fechar escolas que atendem jovens e adultos em todo o estado APP-Sindicato

Governo Ratinho Jr. quer fechar escolas que atendem jovens e adultos em todo o estado

Decisão de fechar unidades de Ceebjas aprofunda política de negação do direito à educação e deve consolidar liderança do Paraná como estado com maior número de analfabetos(as) da região sul

Ceebeja que a Seed quer fechar em Cambé tem 12 turmas e atende 229 alunos(as) - Foto: Ceebja Maria Do Carmo Bocati Cambé no Facebook

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Está em curso no Paraná mais uma investida do governo Ratinho Jr. para fechar escolas em todo o estado. De acordo com denúncias recebidas e confirmadas pela APP-Sindicato, desta vez o alvo são os Centro de Educação Básica Para Jovens e Adultos (Ceebja).

Em Cambé, região norte do estado, estudantes formaram uma comissão para reverter a imposição da Secretaria da Educação (Seed) de encerrar, em dezembro deste ano, as atividades do Ceebja Professora Maria do Carmo Bocati, o único da cidade.

O grupo busca apoio da comunidade e está dialogando com autoridades do município. Eles(as) planejam fazer uma denúncia na Câmara Municipal da cidade nos próximos dias.

O problema também se repete na região sul do estado, com denúncias de fechamento de Ceebjas nos municípios de Lapa, Rio Negro e Mandirituba, por exemplo. 

Imagem distribuída por estudantes do Ceebja de Cambé – Foto: divulgação

“Essa atitude do governo é um grande desmonte, uma falta de responsabilidade e negação do direito à educação para a população que mais precisa. Fechar escolas é inaceitável”, diz a secretária executiva Educacional da APP-Sindicato, Margleyse Adriana dos Santos.

A dirigente afirma que é lamentável mais esse ataque contra a educação pública e que a atitude do governo afeta principalmente as pessoas que precisam trabalhar ou que necessitam de uma condição especializada para concluir seus estudos. 

“Vamos continuar na luta e fazendo a resistência contra esse retrocesso”, afirma Margleyse.

Desmonte

Os Ceebjas são unidades especializadas no atendimento de pessoas que, por razões de trabalho ou de questões sociais, não concluíram os estudos ou não tiveram acesso à escola. Em geral, as unidades ficam localizadas em pontos estratégicos, para facilitar o acesso desses(as) estudantes.

Mas a decisão da Seed de fechar unidades em todo o estado indica uma escolha política para aprofundar ainda mais o retrocesso provocado pela atual gestão nesta modalidade de ensino.

De acordo com dados do Ministério da Educação, analisados pela APP-Sindicato, as ações tomadas pela gestão de Ratinho Jr. têm destruído a educação de jovens e adultos no Paraná

Desde que assumiu, em 2019, até 2022, o governo acabou com a oferta da EJA ensino médio em 27 escolas e da EJA ensino fundamental em 54 estabelecimentos.

Em consequência do fechamento de escolas e do fim da oferta de ensino flexível, as matrículas caíram 59%, registrando uma queda brusca de 125.881 para apenas 51.726 alunos(as) em apenas quatro anos. 

A medida é contraditória, já que o estado lidera o ranking de analfabetismo na região sul do país. São mais de 365 mil (3,9%) paranaenses com 15 anos ou mais que não sabem ler nem escrever.

Defenda a sua escola

A APP-Sindicato também tem recebido relatos sobre o encerramento de turmas do ensino noturno, fato que pode atingir os(as) estudantes que mais precisam da escola pública; aqueles(as) que trabalham durante o dia e não têm condições de frequentar outro turno.

Educação é um direito da sociedade e um dever do Estado, que tem a obrigação constitucional de garantir o acesso e a permanência a todos(as). Por isso, a APP preparou algumas orientações para ajudar a comunidade escolar a se organizar e defender esse direito. Confira abaixo.

Se a sua escola está sob ataque, saiba como resistir:

  1. Organize a sua escola

Convoque toda a comunidade escolar, o grêmio estudantil e, se possível, lideranças e políticos(as) locais para uma reunião. Debata os prejuízos do fechamento e faça uma ata com a decisão da comunidade. Utilize dados e informações que justifiquem a permanência do período noturno. Colete a assinatura de todos(as) os presentes.

  1. Faça-se ouvir

Organize um abaixo-assinado a partir da ata para que todos(as) possam manifestar apoio. Organize uma comissão e leve o documento ao Núcleo Regional de Educação, Ministério Público, Prefeitura, Câmara, Conselho Tutelar e outros órgãos. Acione a imprensa local e faça barulho nas redes sociais.

  1. Conte com a APP

Procure o Núcleo Sindical da APP-Sindicato da sua região. Envie informações e a ata para APP estadual pelo e-mail [email protected]. Nas redes sociais, marque a gente: @appsindicato

Defenda a sua escola!

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