Governador, mais respeito com os(as) educadores(as)

Governador, mais respeito com os(as) educadores(as)


Governador, mais respeito com os(as) educadores(as)

Repúdio as declarações do governador Beto Richa(PSDB) à greve da educação no estado do Paraná.

Em entrevista no final da tarde e inicio da noite de ontem veiculadas nas redes de TVs, o governador Beto Richa(PSDB), usando de uma retórica simplista – que já não engana ninguém, tratou professores/as e funcionários/as de escola como baderneiros/as. Não bastasse isso, em vários momentos disse que os/as educadores/as foram instigados a ocupar a Assembleia Legislativa pela oposição e que seria a APP-Sindicato um braço desta mesma oposição.

O governador falta com a verdade. Seu encastelamento no “chapéu pensador” não lhe tem servido para clarear suas análises, ao contrário, continua com a síndrome da teoria da conspiração, alias muito comum aos/às políticos que atribuem o equivoco de suas ações aos seus opositores. Não foi este sindicado e muito menos os poucos e aguerridos deputados de oposição que deixaram o 5° maior estado em arrecadação em condições de mendicância. Não é a nós que é atribuída a pecha de caloteiro por não honrar os compromissos financeiros mais diversos. Mas sobre isso, o governador não fala, prefere o discurso fácil, da vala comum, de atribuir aos outros a incompetência de seus atos.

Nós não somos baderneiros. Somos professores/as e educadores/as. Na tarde da última quinta (12) eramos mais de 8 mil que democraticamente nos manifestávamos na ALEP. Outras dezenas de milhares cruzaram os braços em todo estado mostrando o total descontentamento com  as políticas que o governo criou. As aulas não estão acontecendo por culpa dos educadores/as, mas por incompetência deste governo que, entre outras coisas, não pagou a rescisão dos/as educadores PSS e nem o 1/3 de férias dos/as QPMs, está superlotando salas, fechando escolas, turnos e turmas, mexendo na demanda e não contratando funcionários/as PSSs suficientes para o inicio do ano letivo. É impensável, um verdadeiro contrassenso que, em pleno século XXI, algum governante atreva-se a fechar escolas. Isso só é explicável pela lógica que move governos deste mesmo tipo e que foi explicitada pelo próprio governador ontem: corte de gastos e diminuição das despesas. Sim!, para este governo a educação é um gasto, uma despesa.

Não bastasse isso, o governador ainda deu a entender que e os professores/as e funcionários/as da educação são uns mal-agradecidos/as já que não reconhecem os avanços que tiveram durante a sua gestão. O avanço que que se teve nestes anos todos, deste ou de outros governos foi sempre conquista da categoria, da organização sindical. Não houve ou há benesse governamental, sempre foram litigiosas as conquistas e é por isso que os/as educadores/as as  defendem com todas as suas forças e possibilidades, porque sabem dos sacrifícios que foram feitos para se chegar a estas conquistas.

Nós não somos massa de manobra como parecem ser os/as deputados/as de sua base de sustentação política na ALEP que de tão distantes do povo precisaram chegar a ALEP de escondidos em um camburão, escoltados pela polícia. Cena  que corre o mundo pelas redes sociais, motivo de piada, mas que no fundo revela a face vergonhosa, vexatória e que expõe ao ridículo os/as deputados/as e demonstra a total falta de consciência destes/as deputados/as sobre e si mesmos e   da função política legislativa que deveriam ter. Este sindicato e sua direção não está a serviço deste ou daquele grupo político. Isto não quer dizer que sejamos independentes ou apolíticos. Estamos ao lado da classe trabalhadora, dos/as educadores/as públicos paranaenses, na luta pela dignidade nas condições de trabalho e pelas garantias de que os direitos serão mantidos.

Nosso movimento foi legitimado em uma Assembleia com mais de 7 mil educadores/as e ocupação se deu em um momento em que o governador Beto Richa(PSDB), numa atitude arbitrária, déspota, de falta de diálogo, quis tratorar conquistas históricas dos/as servidores/as estaduais. Não fomos nós que não quisemos o diálogo, foi o governador, que em sua soberba, ignorou a organização dos/as trabalhadores/as. Pela ausência do diálogo fomos à radicalidade e ocupamos a ALEP. Ocupação pacifica e ordeira.

Não contente, e no ímpeto de fazer valer a força, o governador ainda mandou a política sobre os/as educadores/as que sob chuva reagirama ação desmedida da polícia com flores e com o hino nacional. O secretário de segurança estava lá, coordenando o verdadeiro circo de horrores que se criou para que os/as deputados/as, inimigos da educação, chegassem a ALEP.  A opção da truculência foi do governador. E não poderia ser mais irônico, nas entrevistas concedidas, o governador atribui-se a si mesmo como sendo democrata. A atitude de ontem e em datas anteriores, desdizem-no, ou não foi durante o primeiro  governo Richa(PSDB) que professores/as foram agredidos/as por defenderem a gestão democrática?

Numa coisa somos obrigados a concordar com o governador, o dia de ontem estará marcado na história do Paraná, não pela ação de baderneiros, como quer dar dar a entender Beto Richa(PSDB), mas pela unidade na luta dos/as educadores/as paranaense que bravamente resistiram a aspersão dos sprays de pimenta e gás lacrimogêneo. É na luta e na resistência que os/as educadores/as  se manterão firmes durante esta greve para que seus direitos sejam mantidos e assim possamos efetivamente construir a escola de qualidade que tanto sonhamos e que a sociedade como um todo anseia.

Direção Estadual da APP-Sindicato

Assista as inverdades ditas pelo governador:

1) Entrevista à RPC-TV

2) Entrevista à TV Band

 

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