Os(as) trabalhadores(as) da educação pública do Paraná foram, mais uma vez, pegos de surpresa nessa última semana. O golpe na carreira dos(as) professores(as) foi, novamente, dado pelo governo estadual. Desta vez, o governador atacou diretamente um dos principais programas de formação continuada do magistério, o Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE).
Uma conquista da categoria que virou lei estadual em 2004, o PDE é um programa anual que oferta atividades teóricas e práticas em um curso de dois anos de duração, oferecido pelo Estado e ministrado pelas universidades públicas do Paraná. O Programa contribui para o aperfeiçoamento pedagógico dos professores e professoras e para mudanças qualitativas no cotidiano escolar. “É uma defesa histórica da nossa categoria, pois integra carreira e escola”, explica a secretária de Finanças da APP, professora Marlei Fernandes de Carvalho. O PDE é um dos itens que possibilita também o avanço para o nível III da tabela, conforme previsto no plano de carreira do magistério estadual.
Durante o governo Beto Richa (PSDB), no entanto, a formação de professores(as) têm sido tratada com displicência. Há atrasos na divulgação dos editais, nos pagamentos das bolsas e até o cancelamentos de turmas; tanto que a defesa do PDE foi um dos componentes da pauta da primeira greve deste ano – quando o governo assegurou quem em agosto as turmas deste ano começariam as aulas. Leia aqui o compromisso firmado durante a greve sobre o PDE
A professora Marlei ainda explica que o Sindicato não foi informado oficialmente sobre a decisão do governo no atraso das turmas deste ano. “Soubemos pelo site da Seed da alegação de dificuldades das universidades para reorganização. A Seed em nenhum momento nos procurou para debate. Por isso, a APP vai procurar as universidades do Paraná e a Secretaria de Ciência e Tecnologia para resolver este impasse”, adianta a professora. A direção estadual da APP alerta ainda que também lançará um olhar jurídico sobre o tema. “As turmas anuais estão previstas em lei e a APP não aceitará este descumprimento”, salienta Marlei.
A direção da APP-Sindicato está reunida nesta manhã para definir as ações de enfrentamento diante deste ataque à carreira e a organização pedagógica da educação pública do Paraná.