Funcionários de escola protestam contra falta de pessoal APP-Sindicato

Funcionários de escola protestam contra falta de pessoal


Uma manifestação realizada pelos funcionários de seis escolas estaduais de Curitiba, na manhã de hoje (13), chamou a atenção para um problema grave que tem afetado a rotina de muitas unidades de ensino: a falta de funcionários de escola, especialmente os agentes educacionais I, responsáveis pela distribuição de merenda e limpeza dos prédios. O ato público – organizado pelo Núcleo Sindical Curitiba Norte da APP-Sindicato – aconteceu em frente ao Colégio Estadual Leôncio Correia.

 

Durante a mobilização, os educadores do Dona Branca, Papa João Paulo, Pilar Maturana, Gelvira Pachecho, Santa Gema, e do próprio Leôncio, protestaram contra a demora na convocação dos concursados que esperam, há meses, a nomeação para iniciar suas atividades. Segundo a presidente do NS Curitiba Norte, professora Tereza Lemos, caso não ocorra a contratação imediata dos agentes educacionais I, estas escolas correm o risco de parar de funcionar.

 

Para exemplificar o drama, ela falou do caso do Leôncio Correia. “No período da manhã, temos 900 alunos e na escola há apenas uma merendeira. Ela prepara as refeições, limpa o refeitório e cuida da louça. No período da tarde não é diferente. São 700 alunos e apenas uma funcionária, que está aposentada desde dezembro, mas que continua atendendo a escola por pura solidariedade. Além disso, ela também tem que cuidar da merenda do turno da noite”, explica Tereza.

 

A merendeira Eva Moreira de Oliveira, que atua no Leôncio, fala como tem sido difícil a sua rotina de trabalho. “Fazer a limpeza da cozinha e do refeitório, além de toda a merenda, tem me deixado muito cansada. Tenho problema de coluna e não posso deixar de tomar meus remédios. Estamos precisando, com urgência, de ajuda. Estamos exaustas. É muito trabalho para pouca gente”, desabafa.

 

A APP vem, há meses, cobrando celeridade do governo no suprimento, nomeação dos concursados, ampliação de vagas e substituição dos funcionários de escola. Além disso, a entidade aponta a necessidade da contratação, em caráter emergencial, de pelo menos 500 funcionários, através do Processo Simplificado de Seleção (PSS), para os colégios que estão, hoje, em situação crítica. Segundo a presidente da entidade, professora Marlei Fernandes de Carvalho, este é um quadro que tem se repetido por todo o Estado.

 

“Infelizmente, não é algo que se restringe a Curitiba. Recebemos relatos parecidos de todas as partes do Paraná. E como a mobilização de hoje apontou, vamos começar a apoiar essas paralisações. Não é possível que uma pessoa esteja fazendo, sozinha, o trabalho de três ou quatro. Nossos funcionários estão completamente estafados com o acúmulo de serviço. Ontem mesmo conversamos com a Secretaria de Estado da Educação, ressaltando a situação e explicando que não temos mais como aguentar”, afirma Marlei.

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