No reino do Faz-de-Contas do governado do Estado, os(as) alunos(as) estão na sala de aula sentados(as) E permanecem por horas e horas em frente à tv ouvindo atentos(as) e quietos(as) as orientações do(a) professor(a) à distância, que ministra aulas para dezenas de turmas de uma única vez.
Apoiado nas brechas do Novo Ensino Médio, o governo Ratinho Jr trocou professores(as) especializados(as) que estavam em sala de aula por atividades terceirizadas e à distância, ministradas pela Unicesumar.
Mas em Palotina, assim como outras manifestações que eclodem em todo o estado, os(as) estudantes do Ensino Médio Técnico das turmas de Desenvolvimento de Sistemas e de Administração do Colégio Estadual Santo Agostinho (CESA) estão insatisfeitos(as) com a substituição dos(as) professores(as). Eles(as) fizeram um protesto, na manhã dessa quarta-feira (23) para pedir que os(as) os(as) professores(as) da rede voltem para as salas.
Elisete Inês Wagner de Souza é mãe de estudante relata que se espantou quando soube que o filho passava manhãs inteiras tendo apenas aulas pelo monitor, mesmo estando presencialmente em sala. “Nós, pais, estamos buscando o NRE para relatar nosso descontentamento com este tipo de aula. Reconhecemos que o modelo EaD funcionou na pandemia, mas agora com o retorno presencial é realmente decepcionante mandar um adolescente de 15, 16 anos para escola, e colocá-los em uma sala de aula para assistir ao monitor”, enfatiza.
O Governo Ratinho Jr decidiu arbitrariamente substituir os(as) professores(as) de disciplinas técnicas por aulas remotas ministradas pela empresa privada, num contrato de R$ 38,4 milhões. O governo alega que faltam professores(as) qualificados(as) na rede para atender a demanda. É mentira. Os próprios educadores(as) dispensados elaboraram a emenda dos cursos técnicos.
A professora Franciele Giombelli publicou em sua página no Facebook um desabafo sobre a situação:
Com as mudanças implantadas no Novo Ensino Médio, conta não bate para ninguém, a não ser para os aliados do reino do Faz-de-Contas.
A APP denuncia, desde o início, o processo de terceirização da educação do Paraná, que contraria os princípios de uma escola pública de qualidade e com autonomia administrativa. Assim como os(as) pais, mães e responsáveis dos estudantes do CESA, a APP apoia a mobilização dos(as) estudantes.
O sindicato aponta os inúmeros problemas do modelo. Entre eles, a presença em sala de aula de apenas uma televisão e um(a) monitor(a) com formação de Ensino Médio. A função deles é apenas ligar o aparelho de TV e encaminhar dúvidas dos(as) alunos(as).