“Ficamos em estado de choque”: Biblioteca Pública do Paraná na mira do desmonte de Ratinho Jr

“Ficamos em estado de choque”: Biblioteca Pública do Paraná na mira do desmonte de Ratinho Jr

PL ameaça a centenária instituição que administra o sistema de Bibliotecas Públicas do Paraná

A bateria de ataques de Ratinho Júnior contra o Estado não se limita ao Colégio Estadual do Paraná ou à Copel. A Biblioteca Pública, fundada em 1857, também está na mira do governo. O artigo 57 do PL 497 prevê a extinção do regime especial da instituição.

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Na prática, a mudança acaba com a autonomia orçamentária e administrativa da Biblioteca, transfere a gestão à nova Secretaria de Estado da Cultura e coloca em risco mais de 160 anos de história. “Estamos em estado de choque”, avalia uma funcionária da casa ouvida pela APP-Sindicato.

Os(as) trabalhadores(as) constituíram uma Comissão Interna de Luta em Defesa da Biblioteca Pública e correm contra o tempo para sensibilizar deputados(as) e denunciar à sociedade os impactos negativos. Em carta aberta, o Conselho Regional de Biblioteconomia pede a supressão do artigo e aponta “risco iminente de sucateamento deste importante equipamento cultural”.

Além do atendimento em Curitiba, a instituição administra a rede de bibliotecas públicas do Paraná, envolvendo 482 bibliotecas municipais. Nas palavras da fonte, que pertence à Comissão Interna: “se a mudança fosse boa, se trouxesse algum benefício para a sociedade, chamariam a imprensa, fariam uma coletiva e anunciariam. Pelo contrário: tentam aprovar tudo às pressas em meio à Copa do Mundo, na surdina”.

Os(as) funcionários(as), terceirizados(as) e estagiários(as) criticam, também, a completa ausência de diálogo. Souberam dos planos do governo pela imprensa e imediatamente organizaram uma paralisação na terça-feira (22). Agora, mobilizam-se para convencer deputados(as) a suprimirem o artigo da PL, que deve ser votada na próxima terça (28). 

A APP manifesta sua contrariedade ao projeto e alerta para o risco de realocação dos(as) trabalhadores(as) em outras unidades do estado, terceirização e futura privatização, nos moldes do ataque em curso a escolas estaduais. “Está mais do que evidente que o governo trabalha para desmontar o Estado, não assumir sua responsabilidade pelas políticas sociais e entregar o máximo possível à iniciativa privada sem dar chance à população de nenhuma participação no debate dos rumos do Paraná”, avalia Vanda Bandeira Santana, Secretária Educacional do Sindicato.

A Comissão Interna lançou um abaixo-assinado contra o desmonte. Acesse aqui.


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