Sim! O governo do Paraná tem condições para liquidar as dívidas com o funcionalismo público. Mais uma confirmação da teoria para a prática, com números reais apresentados na coletiva de imprensa, nesta manhã de quarta-feira (17), organizada pelo Fórum das Entidades Sindicais do Paraná (FES), que ocorreu na passarela da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).
Na ocasião, um documento foi entregue ao presidente da Alep, deputado estadual Ademar Traiano (PSDB), da base do governo, explicando detalhadamente a pauta e as reivindicações dos(as) servidores(as) públicos(as) paranaenses – tanto na ativa como dos(as) aposentados(as).
A falta do reajuste anunciado pelo governo como justificativa para equilibrar o cofre público não confere com os dados disponíveis no Portal da Transparência e com a recente divulgação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Índice de Preços aos Consumidor Amplo (IPCA) do mês de abril fechou em 0,14%, além da inflação acumulada em 4,08%, nos últimos 12 meses. No Paraná, o governo deve aos(às) servidores(as) o seguinte: 6,29 + 1% (de janeiro) + 1,10% (de maio). O acumulado no período significa uma dívida com os(as) servidores(as) de 8,53% (data-base).
Com os dados do mês de abril encerrando o primeiro quadrimestre, o economista Cid Cordeiro explica que as finanças públicas são olhadas a partir de quadrimestres por causa dos relatórios fiscais. “O resultado veio muito bem com a receita crescendo em 9%, enquanto o governo apostava em 0%. O gasto com pessoal, na nossa estimativa, cai de 45%, como encerrou em 2016, para um patamar de 42% e 43%. Ou seja, todas as restrições que o governo levantou para suspender o reajuste não existem mais. Por isso, estamos dizendo que há condições de conceder o reajuste de 8,53% a partir dos bons indicadores que o quadrimestre revela das finanças do Estado”.
A secretária de Finanças da APP, professora Marlei Fernandes, destaca o momento e comenta sobre a reivindicação de um debate com o governo do Estado com uma mesa de negociação de verdade. “No dia de hoje, com os próprios dados do governo, estamos demonstrado que a arrecadação do Estado tem aumentado, embora reconhecemos que são períodos difíceis. Mas o governo tem condições de pagar a reposição salarial. É só a inflação referente ao ano passado. Então não tem nenhum ganho real de salário para nenhum trabalhador no momento”.
Questionada sobre quem perde, a professora Marlei enfatizou que todo mundo. “Perdem as cidades menores, a população de forma geral, os investimentos que cada servidor faz e o serviço público. Entendemos que é um investimento que o governo faz. Hoje está descumprindo a legislação e precisa abrir a negociação em torno do 8,53%, que é o que o governo deve em 16 meses de reposição aos trabalhadores”, esclarece Marlei.
Ao final, os(as) representantes(as) do FES convidaram pessoalmente o deputado Ademar Traiano para participar da reunião nesta tarde com a secretária da Administração do governo. Outra solicitação feita ao deputado foi sobre a possibilidade de uma reunião junto com a base do governo para explanar melhor os temas debatidos.