A professora aposentada Naime Mazetti, saiu ontem à noite de São João do Ivaí, município perto de Ivaiporã, para estar hoje (29) muito cedo em Curitiba. Na bagagem, a professora trouxe um objetivo bem claro: o desejo em ver o governo Ratinho Jr. (PSD) honrando os compromissos de campanha e cumprindo a lei da data-base. “Por enquanto eu não consigo fazer uma boa avaliação desse novo governador. Eu quis acreditar que ele seria uma boa opção, mas por enquanto está seguindo o mesmo caminho dos antigos. Nós professores lutamos demais. Eu tenho 40 anos de carreira e aposentadoria, sei que durante todo esse tempo, nada veio de graça. Mas é muito triste ver que nesses últimos quatro, cinco anos os governos estão tratando a gente com tanta indiferença”, lamenta Naime.
Junto com a professora, representantes de outras categorias do funcionalismo público estadual estiveram no ato público do FES contra o calote na data-base. A coordenadora do FES, professora Marlei Fernandes, explica as atividades do grupo nos últimos 30 dias: “estamos há um mês em mobilização intensa. Saímos de um cenário onde o governador anunciou na imprensa que seria zero de reajuste para uma negociação. Temos insistido em uma reunião com o próprio governador do Estado, pois quem dará a palavra final é ele. Mas na Alep, entre os deputados, estamos tendo uma boa recepção. Hoje, passaremos de gabinete em gabinete, afirmando que, no mínimo, o governo tem condição de pagar o reajuste dos últimos 12 meses e mais 2% ainda este ano. Ninguém quer quebrar o Estado. Queremos diálogo, o cumprimento da Lei e um calendário sobre o pagamento do atrasado”, reforça.
:: Confira aqui o momento da transmissão feita pelo FES, no início da manhã de atividades.
A professora Naime mostrou que, em seu celular, alguns colegas de profissão a questionavam sobre os resultados da mobilização. “Os meus amigos estão mandando mensagens perguntando quanto vamos receber e se o governo vai dar alguma resposta. Sabe o que eu respondo? Venha para a luta. O Sindicato e o Fórum não são é só a direção. Ninguém sozinho consegue nada, a gente precisa mostrar em números aqui que estamos descontentes com as atitudes dele” ensina a professora.
O FES afirma e demonstra matematicamente que o governo tem condições de pagar a data-base e que o impasse é político (veja matéria abaixo). Se de um lado falta vontade de pagar o que é devido aos(às) trabalhadores(as), do outro sobra coragem para batalhar pelo que é um direito. O representante dos Agentes Penitenciários e coordenador do Fórum, Ricardo de Carvalho Miranda enfatiza que, além do dever legal, o Estado deve ter um compromisso econômico com seu povo. “Estamos perdendo o nosso poder de compra. Pagar nossos salários corretamente, como diz a lei, é injetar dinheiro na economia do Paraná. Não é possível não pagar a data-base e dar isenção fiscal para grandes empresas” argumenta Ricardo. À tarde, o FES continua as visitas aos(às) deputados(as) para apelar por uma interseção à favor do funcionalismo.
Leia também :: Data-base, impasse financeiro ou político