A APP-Sindicato conscientiza os(as) integrantes da educação pública e da sociedade sobre o tema e, infelizmente, casos com educadoras assassinadas acontecem, assim como em vários outros segmentos. Algumas educadoras já sentiram na pele a fúria do machismo e feminicídio.
Não podemos fechar os olhos e não mencionar temas impactantes e frágeis. Quem cala, consente! Afinal, quanto mais divulgado for, quem sabe providências de cunho social e político possam ser estimuladas e repensadas em como coibir crueldades com as mulheres que se dedicam na vida pessoal, profissional ou em jornada dupla. A Lei Maria da Penha foi sancionada no dia 07 de agosto de 2006 no Brasil, para garantir que os agressores fiquem longe das mulheres – suas vítimas de violência -, entre outras providências. Porém, só a Medida Protetiva não é suficiente.
Na educação são muitas as professores e funcionárias que desenvolvem brilhantemente o papel de educadoras e donas de casa. Amor à profissão e à família. A pauta não é de reivindicação de valores financeiros, mas, de valores humanos. Todas as formas de violência são inaceitáveis. Assim como as reformas e propostas dos governos em âmbito nacional e estadual, que vão levar muitas mulheres para as ruas de Curitiba para a mobilização no dia 30 de agosto. É greve em busca de justiça!
A secretária de Gênero, Relações Étnico-Raciais e Direitos LGBT da APP, a professora Elizamara Goulart Araújo, destaca a importância desse debate que o Sindicato faz cotidianamente com autoridades e também indo às ruas. “A vida dos homens violentos continua a mesma (amigos, bares, trabalho). A Medida Protetiva não nos protege, na maioria das vezes, as mulheres se tornam prisioneiras. Quando reclamamos sobre a ineficiência das leis ou da Medida Protetiva, não fazemos em crítica aos instrumentos políticos e jurídicos, pois, são conquistas das lutas dos movimentos feministas brasileiro e mundial. O que não nos deixa calar é o fato de milhares de mulheres continuarem morrendo porque o feminicídio e os pedidos de socorro não são prontamente atendidos, investigados e punidos com o rigor da lei”, salienta a professora.
Histórias de lutas e para a vida. Conscientização!
Com pesar, a APP comunicou dois recentes falecimentos de educadoras devido ao machismo e brutalidades. A categoria sofreu o abalo com as notícias do falecimento da professora Cláudia Mara, de Pato Branco, que estava sob medida protetiva e foi assassinada pelo ex-marido, além da funcionária de escola Rubia Mara, do município de Fazenda Rio Grande, cujo principal suspeito é seu ex-marido.
A educação do Paraná está em luto. “Nosso mundo ficou mais silencioso e empobrecido sem os seus braços para o trabalho, sem a voz espalhando conhecimento, sem a luta no Sindicato e nas escolas. Sem o carinho de mães dedicadas, irmãs e tias carinhosas. Sem o sorriso e a disposição para luta de valorosas companheiras e amigas”, enfatiza tristemente Elizamara.
Para os currículos escolares são fundamentais ensinamentos que contenham histórias das grandes mulheres brasileiras e de outros países. Políticas eficientes e atendimento emergencial para o atendimento às mulheres vítimas de violências. Recentemente, na VII Conferência Estadual de Educação foi feito um debate para uma escola sem machismo, sem LGBTfobia e sem racismo.
Confira os dados apresentados no Mapa da Violência 2015 – Homicídio de Mulheres No Brasil.
Leia mais:
Carta da VII Conferência Estadual de Educação da APP-Sindicato