Alunos(as) do Colégio Estadual Professora Edimar Wright, Almirante Tamandaré, interromperam as aulas nesta terça-feira (23), para protestar contra a destituição dos(as) diretores(as) pela Secretaria de Estado de Educação (Seed), sem qualquer diálogo com a comunidade escolar.
Os(as) estudantes se organizaram no pátio e saíram em passeata clamando por justiça. Eles(as) fecharam o tráfego na avenida Francisco Krueger, onde fica o colégio, com faixas com as mensagens “Juntos pela Cleuza”, “Queremos a direção que elegemos” e “Fora inimigos da educação”.
Ver essa foto no Instagram
A diretora destituída é Cleuza Milani Del Forno e o vice-diretor é Andreo Bolwerk. Eles foram eleitos em 2021, com mais de 95% dos votos da comunidade escolar. Enquanto os(as) alunos(as) se manifestavam no pátio do colégio, eles(as) gravaram um vídeo atribuindo as destituições ao descumprimento de metas impostas unilateralmente pela Seed.
Os diretores(as) afastados(as) não haviam sido informados oficialmente da decisão até a tarde desta terça-feira (23). Eles(as) tomaram conhecimento da situação acessando o protocolo geral do Estado na plataforma digital e-protocolo, onde constam despachos da Seed com as destituições.
Desrespeito
Processos administrativos geridos por comissões de caráter inquisitório tornaram-se comuns desde que a Seed publicou, em 2021, resoluções que condicionam a permanência do(a) diretor(a) a determinadas metas.
Em fevereiro deste ano, o governo afastou os diretores eleitos e nomeou outros de sua preferência no Colégio Visconde de Guarapuava, em Guarapuava. A justificativa foi que a escola não teria cumprido a determinação de visitas dos(as) diretores(as) às salas de aula para fiscalizar o trabalho dos(as) professores(as).
O descumprimento da imposição de o colégio ter um grêmio estudantil foi outra justificativa para a troca arbitrária dos diretores, bem como a frequência dos(as) estudantes, que deve atingir a média mínima de 85% e estava em 84%. A comunidade do Visconde de Guarapuava também se mobilizou contra a arbitrariedade.
A APP denuncia o excesso de legalismo e o punitivismo que caracterizam os processos de afastamento. Em 2022, diversos mandados de segurança foram impetrados pela APP contra o Estado, conquistando a reintegração das direções.