Estudantes contam trajetória da reforma agrária APP-Sindicato

Estudantes contam trajetória da reforma agrária

Comunidade escolar das escolas do MST apresentam a história da luta pela terra no país

Um dos primeiros atos políticos da 18ª Jornada de Agroecologia foi o lançamento do ‘Túnel do Tempo’. Em uma tenda localizada no pátio da Reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR), é contada a história da luta pela terra e a construção da soberania popular no Brasil. O Túnel fica até no domingo (1) no local.

O lançamento contou com a presença de lideranças que lutam pela emancipação e autonomia do campo brasileiro e a formação de estudantes e camponeses. Uma dessas lideranças presentes no evento é o deputado estadual professor Lemos (PT). Para ele, a jornada acontece em um momento preocupante da sociedade brasileira com ataques a movimentos sociais e falta de proteção ambiental.

“A jornada nos ajuda na transformação de consciência da população. Temos que entregar às futuras gerações um planeta melhor do que recebemos. Muitos projetos na Alep [Assembleia Legislativa do Paraná]  – como semana de agroecologia nas escolas, o fomento da agricultura familiar e a lei que regulamenta a economia solidária  – nasceram em debates realizados durante a Jornada”, comenta.

Túnel da formação e informação

A missão do Túnel do Tempo é contar a trajetória de construção da agricultura e luta dos movimentos populares, destacando o trabalho de educação. Ele é resultado de um trabalho multidisciplinar. No local, instrutores de escolas do MST, das universidades, e de uma escola quilombola contam a história do trabalho no campo desde o tempo das cavernas, destacando a forma como o homem plantava e colhia seus alimentos.

“Em 2018, as escolas do MST fizeram a construção do túnel e alguns coletivos de universidades que trabalham com educação no campo como a Unicentro, Unioeste e UFPR. Neste ano, esse processo foi ampliado com a participação de escola quilombola e uma turma de pedagogia indígena, com educadores de diversas aldeias do Paraná”, explica Valter de Jesus Leite, do setor de educação do MST.

No túnel também é abordada a produção em tempos de escravidão, os líderes que lutaram pelo poder popular como Lênin, na Rússia; Zapata, no México; Fidel e Che Guevara, em Cuba. Esse é um espaço para questionar a exploração no campo. O túnel ainda trata do trabalho indígena e sua manufatura. O combate à exploração é tema do espaço da lutas camponesas nos períodos entre 1888 a 1964.

O trabalho desenvolvido por estudantes de escolas visa desmistificar a visão deturpada que parte da população brasileira tem sobre a reforma agrária. A partir do tema central, foram feitas pesquisas pelos estudantes e educadores. Valter de Jesus Leite destaca que todo o processo contribuiu para elevar a autoestima desses jovens ao lidar com diversos públicos. Uma das intenções da atividade é promover parcerias com escolas urbanas para que possam conhecer a realidade do campo.

“Os estudantes se enxergam como sujeitos produtores de conhecimento. Outro aspecto é a interação das escolas do campo e da cidade. Colégios estaduais e municipais de Curitiba agendaram para trazer seus estudantes e fazerem essa troca de conhecimento”, comemora.

Fonte: Jornada da Agroecologia

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