Esta é uma daquelas notícias que não gostaríamos de anunciar. Afinal, foram diversos alertas e de solicitações da APP-Sindicato ao governo do Estado para que os dois dias de estudos da Semana Pedagógica fossem realizados de forma virtual. Apesar das reivindicações, o governo Ratinho Jr optou por acreditar que o vírus que assola o mundo, não ultrapassaria os muros da escola e obrigou que professores(as) e funcionários(as) voltassem às escolas para a realização da Semana Pedagógica.
O resultado é que, até a manhã desta quinta-feira (19), a direção estadual da APP-Sindicato identificou, somente na região de Maringá – noroeste do Estado – ao menos 9 escolas que passarão os próximos 14 dias fechadas em quarentena porque educadores(as) foram contaminados(as) pelo novo CoronaVírus após a realização dos encontros da Semana Pedagógica de forma presencial. “É lamentável. É um atentado à vida. Se isso aconteceu desta forma com a presença de professores e funcionários, imagina quando estiverem os estudantes circulando?”, questiona o presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Silva Leão
Desde o ano passado, a APP-Sindicato denuncia que o governo obriga professores(as) e funcionários(as) a permanecerem no ambiente escolar durante a pandemia. Os relatos são de falta de cuidados, produtos e equipamentos básicos, como sabonetes, álcool em gel, máscaras até treinamentos para os(as) funcionários(as) que fazem a limpeza. “O governador e o secretário parecem desconhecer a realidade das escolas públicas e do que é a dinâmica de uma escola repleta de estudantes. As aulas presenciais, neste momento onde a vacinação não chegou à grande maioria da população, é um atentado à vida. O governo do Paraná está levando nossos professores, funcionários e estudantes para um caminho que pode resultar em inúmeras mortes. Isso é grave, é desumano”, reforça o presidente da APP.
O secretário de Comunicação da APP-Sindicato, Luiz Fernando Rodrigues alerta para um agravante. “Na macrorregião de Maringá, que compreende Maringá, Campo Mourão, Umuarama e os municípios entorno desta cidade, ontem havia apenas 5 leitos disponíveis para os casos graves de Covid para uma população de mais de 1 milhão de pessoas. Estamos fazendo um levantamento detalhado também da situação nos hospitais públicos e temos constantemente alertado o governador, o secretário, os deputados e prefeitos que o nosso Estado não tem condições estruturais e sanitárias de enfrentar um retorno às aulas de forma presencial”.
Diante da gravidade da situação, a APP-Sindicato orienta que comunidade escolar organize a sua participação na greve que começa no dia 1 de março, quando está previsto o retorno presencial com alunos(as). Conforme definido em assembleia, a paralisação será nas atividades presenciais, mantendo as aulas online. O Sindicato também defende que funcionários(as) e equipes diretivas e pedagógicas possam realizar as atividades de maneira online.
O Sindicato o disponibiliza um formulário e um e-mail para denuncias (que podem ser anônimas) sobre as condições sanitárias das escolas. Preencha o formulario em neste link e envie fotos para o e-mail [email protected]
Já, para os(as) educadores(as) que participarem de qualquer atividade presencial convocada pelos Núcleos de Educação ou direções escolares e, após o período, forem diagnosticados com Covid-19 é fundamental que preencham a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) [veja o modelo aqui] especificando que contraíram o Coronavírus após convocação para o trabalho presencial. O documento deve ser protocolado no Núcleo Regional de Educação. Os(as) sindicalizados(as), também podem procurar a APP-Sindicato para orientações sobre a denúncia junto ao Estado. Mais informações sobre a CAT, acesse aqui.
Nos próximos dias, os(as) dirigentes do Sindicato intensificam visitas às escolas para verificação de situações de descumprimento de resoluções e decretos do próprio governo e conversarão com profissionais, pais, mães e estudantes sobre as propostas da APP-Sindicato para a realização de aulas online e em defesa da vida.
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