A Escola Latino Americana de Agroecologia (ELAA) irá inaugurar a Casa de Sementes, resultado de uma parceria entre o Coletivo Triunfo, a ELLA e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O evento de abertura da Casa acontecerá no dia 22 de setembro, às 10h, no Assentamento do Contestado, na Lapa.
Segundo Adriana da Silva, uma das lideranças da comunidade Quilombola da Restinga, a Casa é um projeto que permite, além do compartilhamento de sementes, a multiplicação de saberes relacionados à terra. “As sementes carregam muitas histórias e, para valorizar esses conhecimentos, não queremos que eles se percam entre as gerações. Nossa missão é a de repassar para o maior número de famílias possíveis”, complementa.
A Casa pretende ser um marco no resgate, conservação e multiplicação de sementes crioulas no cenário latino-americano. O projeto também objetiva a captação de recursos para efetuar melhorias das estruturas comunitárias e dos telhados dos alojamentos da ELAA.
As sementes, cultivadas e coletadas por diversas mãos de camponeses e camponesas, se inserem no contexto da luta pela reforma agrária popular, a partir das dimensões da conquista do território e da organização da produção. Para isso, são utilizadas tecnologias alternativas ao modelo de agricultura excludente e capitalista do agronegócio.
ELAA
A Escola funciona no sistema de alternância – o que significa que o(a) estudante passa um período em sua comunidade e outro período na Escola, para que possa experienciar o conhecimento adquirido junto com sua comunidade e para que os cursos atendam à demanda de várias regiões. Ou seja, os cursos na ELAA são intensivos e os(as) educandos(as) moram na escola durante o período de aulas – por isso a ELAA conta com estrutura de refeitório e alojamento.
O curso de Tecnologia em Agroecologia da ELAA já formou três turmas. A quarta está em andamento e conta com estudantes do Brasil, Paraguai, Bolívia, Chile, Argentina e República Dominicana.
A proposta de educação da ELAA se divide em três eixos – acesso ao conhecimento científico, conhecimentos populares e troca de saberes entre os povos da América Latina – e está calcada na pedagogia do oprimido de Paulo Freire e no materialismo histórico.
