A Escola de Formação da APP-Sindicato do 2° semestre de 2024 começa a partir do dia 16 de novembro. O tema central é a “Política educacional paranaense: a transformação da escola pública em mercadoria”. Para os encontros, foi realizado um caderno de debates como material central elaborado com a participação de pesquisadores(as) e especialistas em educação.
>> Receba notícias da APP por whatsapp ou telegram <<
A APP-Sindicato conversou com a doutora em Educação, professora associada no Colegiado de Pedagogia da Unespar (campus de Paranavaí), Edinéia Navarro, sobre o seu conteúdo titulado como: “Privatizar a gestão da escola melhora a aprendizagem dos alunos?”.
Edinéia começa apontando que toda a organização da Secretaria da Educação (Seed), no que diz respeito a uma pretensa qualidade da educação no estado, está ancorada nas avaliações externas como Prova Brasil e Prova Paraná, ou seja, que não são preparadas dentro da escola e por professores(as) que trabalham com os(as) estudantes.
“Percebe-se a preocupação quando os índices educacionais obrigam a ter uma organização das escolas para atender a melhoria desses índices – que é a ideia central hoje da atual política educacional paranaense e da privatização com o Parceiro da Escola. A Seed diz que não há essa centralidade nos índices educacionais relacionando com as notas que os alunos vão tirar nas provas e nas frequências escolares. Mesmo o governo negando, essa questão está posta no contrato das escolas que serão entregues a uma gestão privada”, destaca Navarro.
Edinéia convida a sociedade para refletir sobre o que essa “venda das escolas” significa na prática e sobre a importância do movimento da APP contra a privatização: Não Venda a Minha Escola.
“Na gestão privada prevalece a vontade do gestor individual. Não há uma gestão coletiva e democrática, nem sequer compartilhada. É seguir o contrato independente da vontade da comunidade escolar, dos professores e alunos. Quem pensar diferente sobre o que significa a qualidade da educação será excluído”, pontua a pesquisadora.
Contrato de gestão
A pesquisadora reforça que as empresas que visam lucro ao fazer essa gestão privada vão querer o contrato e, para isso, precisam garantir a melhoria nos índices que vão gerar um bônus financeiro.
Sabe como vai funcionar? Edinéia Navarro explica:
- A empresa vai lançar mão de recursos artificiais como o treinamento dos(as) alunos(as) para realização das provas e garantir a nota. E, claro, com a nota, virá um bônus de R$100,00 por aluno(a) para a empresa;
- Não há qualquer preocupação com a formação humana na sua integralidade. Aspectos como a formação cultural, histórica, artística, sociológica, filosófica, entre outros, ficam de fora da lógica de resultados e treinamento para realização de testes padronizados;
- Na prática, os(as) alunos(as) serão treinados(as) para terem bons resultados nas avaliações. Bons resultados devem gerar propaganda enganosa sobre a qualidade da educação no estado e, claro, mais dinheiro para a empresa.
Ficou interessado(a) em saber mais sobre este tema que retrata a problematização de atrelar um contrato em função de índices? Leia o conteúdo do caderno de debates.
Inscrições até 16 de novembro
O curso é gratuito e não há um limite pré-estabelecido de vagas para a formação dos grupos de estudos locais, que poderão ser organizados por município, bairro ou escola. Os núcleos sindicais ficam também responsáveis pela organização da atividade, conforme suas possibilidades e condições.
A orientação é fazer inscrição pelo sistema Minha Sindicalização, no site da APP, e entrar em contato com o núcleo sindical mais próximo para acompanhar o cronograma das atividades ofertadas do grupo de estudo.
>> Confira os materiais já preparados pela APP: Não Venda A Minha Escola <<
::Leia também:
>> Escola de Formação da APP está com inscrições abertas até o dia 16 de novembro