Herdeiro do legado de destruição de Beto Richa (PSDB), Ratinho Jr ampliou a política neoliberal no Estado transformando empresas e serviços públicos em um balcão de negócios.
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Para explicar essa relação, o Doutor em Educação pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e professor da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Regis Clemente da Costa escreveu o artigo “Quando tudo for privado, seremos privados de tudo: As políticas neoliberais como tentáculos do sistema Capitalista no controle da Educação Pública Paranaense”, que foi incluído no caderno de debates da Escola de Formação da APP-Sindicato. O curso segue com inscrições até o dia 16 de novembro.
Segundo Regis, o governador firmou parcerias com fundações e institutos empresariais, que prestaram assessoria e direcionaram a gestão de escolas públicas para interesses de empresários.
Dentre essas fundações, destaca-se a Fundação Lemman, que pertence a um dos maiores empresários brasileiros, o bilionário Jorge Paulo Lemman, que possui empresas do ramo de bebidas, alimentação, redes de lojas, rede de educação privada, e participação na aquisição de empresas públicas privatizadas, como o caso da Eletrobrás.
“Sob o argumento que o setor privado tem mais competência para fazer a gestão da educação pública, o governador Ratinho Jr está entregando a gestão aos empresários, porém, isso não é feito de forma voluntária ou com base na caridade. Essas parcerias custam caro e o argumento de que o setor privado faz a gestão com mais competência e qualidade que o público não passa de uma falácia para abrir caminho para transferir cifras milionárias do dinheiro público a essas empresas”, explica o educador.
Regis reforça que ao contrário do que propaga Ratinho Jr, o serviço público custa menos e tem uma maior qualidade já que em sua raiz prioriza o bem-estar da população e não o lucro.
“Com base na ideologia liberal e neoliberal de que o privado funciona melhor que o público, os empresários da educação que dominaram a educação pública paranaense, direcionam os rumos da educação nesse estado, não para a qualidade da educação, como colocam em suas propagandas, mas para acessarem o dinheiro público destinado à educação”, completa Regis.
Para enfrentar essa onda privatista, o Doutor Regis afirma que é necessário formação e ação, combinando a teoria com a prática.
“Outra ação que também é urgente, é levar esse conhecimento até as bases. Fazer com que professores, funcionários, estudantes, pais, mães, comunidade em geral compreendam o quão perverso é esse projeto e o quanto ele irá prejudicar estudantes, professores e o futuro dos nossos jovens”.
O educador aponta ainda que mesmo que Ratinho Jr tenha o poder do Estado em mãos e o apoio da grande mídia, é possível derrotar o seu projeto de destruição do bem público.
“É hora de dialogar com a comunidade, de buscar as associações de moradores, os grêmios estudantis, pequenos comerciantes, agricultores familiares, camponeses, movimentos sociais. É hora de não ter medo, pois o governo usa da intimidação, as ações antidemocráticas para impor suas intenções e garantir seus acordos. É hora de muita coragem”, finaliza Regis.