Neste sábado (2), a sede estadual do Sindicato em Curitiba recebeu o Encontro Estadual de Municipais da APP, com a participação de dirigentes, educadores(as) das redes municipais do Paraná, representantes de entidades e deputados(as) federais e estaduais.
O evento abordou a luta da APP em defesa das carreiras, da aplicação do Piso nas cidades e de mais recursos públicos para o financiamento à educação. É um contraponto ao cenário nacional e estadual, marcados pelo desmonte, sucateamento, privatização e terceirização.
A presidenta da APP, Walkiria Mazeto, abriu o encontro abordando os desafios do período. “É simbólico que a primeira atividade presencial que fazemos com este porte no período pandêmico seja para enfrentar a política de não implantação do Piso por parte dos prefeitos e do governo do Estado. É hora de somar forças e unir as nossas lutas”.
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Piso Salarial e carreira andam juntos, desde a implementação à correção. Marcia Oliveira, secretária de Assuntos Municipais da APP, criticou o posicionamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), que desrespeita a Lei do Piso e dificulta a negociação das categorias com prefeitos(as) em todo o país.
“Também há dificuldades de entendimento quanto aos reflexos do Piso em toda a tabela de vencimentos da carreira, e não apenas no salário de ingresso. O Piso é indissociável da carreira e diz respeito à formação continuada dos profissionais”, explica.
Já o secretário Executivo de Assuntos Municipais da APP, Antônio Marcos Rodrigues Gonçalves, complementa dizendo que “é uma verdadeira batalha na defesa da educação, pois várias associações regionais do Paraná promovem a mesma campanha de descumprimento da legislação”.
A secretária de Formação da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Marta Venelli, retrata o Plano Nacional de Educação (PNE), que é uma ferramenta de monitoramento do desenvolvimento educacional do país e que deveria ser atualizado a cada dois anos. “A última atualização foi em 2018. Agora já passou da hora, inclusive para considerar nas metas o reflexo da pandemia”.
Como diz a professora Edineia Navarro Chilante, da Unespar, a atividade tem o foco maior nos municípios, mas reflete problemas enfrentados na rede estadual e também no Ensino Superior. “Temos a destruição da docência com a terceirização e todos estes ataques precisam ser combatidos. Somos parceiros como universidade para uma mobilização organizada”.
“A preocupação com a democracia e o reconhecimento profissional devem estar presentes. A nossa categoria é majoritariamente feminina. As professoras e funcionárias municipais são muito prejudicadas. Temos que ter a disposição para o que acreditamos para agora e para o futuro”, pontua a professora Julia Maria Moraes, representando a Central Única dos Trabalhadores (CUT).
A atividade também contou com a presença de diversas lideranças políticas e deputados(as): deputados(as) federais Gleisi Hoffmann (PT) e Zeca Dirceu (PT); deputados(as) estaduais Professor Lemos (PT), Tadeu Vereni (PT), Arilson Chiorato (PT) e Luciana Rafagnin (PT).
A atividade continua ao longo de todo o sábado. Após o encontro, cada um(a) leva um sentimento e a tarefa de organização da jornada de lutas e para enfrentar os desafios apresentados.
“Ninguém caminha sem aprender a caminhar, sem aprender a fazer o caminho caminhando, refazendo e retocando o sonho pelo qual se pôs a caminhar”, Paulo Freire.