Em segundo dia de formação, educadores(as) discutem o avanço da plataformização na educação paranaense

Em segundo dia de formação, educadores(as) discutem o avanço da plataformização na educação paranaense

Elaborado a partir de uma parceria com a Unespar e outras universidades públicas, o curso serve como um pontapé inicial nos debates sobre o avanço da privatização

Foto: João Paulo Vieira/APP-Sindicato

Com foco na formação teórica sobre os rumos da privatização da educação no Brasil e no mundo, a APP-Sindicato finalizou neste sábado (15), o primeiro curso de formação do ano.

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O curso que teve como tema  “Política educacional paranaense: a transformação da escola pública em mercadoria” debateu como as empresas, que consideram a educação  um balcão de negócios, adentram na estrutura estatal para garantir lucro e como as políticas educacionais do Estado acentuam esse problema.

Foto: João Paulo Vieira/APP-Sindicato

De acordo com a secretaria de Formação da APP, a formação é fundamental para garantir o embasamento teórico que dará suporte à luta da categoria contra os ataques à gestão pública das escolas paranaenses.

Foto: João Paulo Vieira/APP-Sindicato

A professora do Departamento de Geografia da UFPR, Carolina Batista Israel, uma das palestrantes do segundo dia da formação, detalha que o curso auxiliará os(as) educadores(as) a dialogar com a categoria com maior efetividade, fundamentando a luta que será empregada nos próximos meses.

Foto: João Paulo Vieira/APP-Sindicato

“A formação teórica é um processo de sistematização e reflexão daquilo que nós vivenciamos no dia a dia dentro da sala de aula. Ela nunca é puramente teórica, ela é um esforço de sistematizar esse conjunto de experiências que nos permite, a partir desta reflexão, agir e reagir no mundo. Esse processo de formação teórica permite que possamos entender essa relação, as escalas dos fenômenos e essas conexões que às vezes faltam para que possamos fazer os enfrentamentos a esse processo de privatização das escolas”, enfatiza Carolina.

Carolina apresentou em seu artigo como os contratos firmados entre a Secretaria de Estado da Educação (Seed) e empresas como a Microsoft e Google, que oferecem plataformas como Power BI e Classroom, servem como ferramentas de monitoramento e controle pedagógico. Você pode conferir o artigo da professora aqui!

Também fortalecendo o debate sobre o avanço das plataformas no sistema educacional paranaense, a professora doutora Renata Peres Barbosa, também da UFPR, aponta que o espaço de formação é fundamental para refinar os argumentos utilizados pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná.

Foto: João Paulo Vieira/APP-Sindicato

“Temos visto aqui no Paraná um ataque direto às escolas, aos trabalhadores, aos docentes, ataque àquilo que temos preservado e lutado como direito à educação. Cada vez mais esses ataques vêm revestidos de um discurso muito sedutor e que acabam ocultando os interesses, as reais intencionalidades e isso exige de nós que recorramos sim a um arcabouço metodológico, teórico, consistente e que consigamos nos munir intelectualmente para compreender esses processos que estão cada vez mais usando essa semântica muito sedutora”, completa Renata.

A partir do texto “O lema plataformizar e empreender: a expansão da agenda privatizante e o projeto formativo para a juventude no Paraná”, contido no caderno de formação, a professora doutora Renata Barbosa aponta  que as plataformas já evidenciam prejuízos no processo formativo como um todo e na formação da nossa futura geração. Você pode conferir o artigo da professora aqui!

Foto: João Paulo Vieira/APP-Sindicato

Escola de Formação

Com o tema central a “Política educacional paranaense: a transformação da escola pública em mercadoria”, o curso dialoga com a luta da APP contra a privatização das escolas paranaenses, a partir do movimento “Não Venda a Minha Escola”.

Foto: João Paulo Vieira/APP-Sindicato

Elaborado a partir de uma parceria com a Universidade Estadual do Paraná (Unespar) e outras universidades públicas, o curso serve como continuidade dos debates sobre o avanço da privatização que ocorre no estado e como as experiências internacionais influenciaram na aplicação do modelo no Paraná.

Foto: João Paulo Vieira/APP-Sindicato

>> Confira o caderno de formação

Ainda na sexta, primeiro dia de formação, os(as) educadores(as) trabalharam pela manhã os temas “O empresariamento da educação: da experiência chilena ao caso paranaense” e “Não Venda a Minha Escola: a transformação da escola pública em mercadoria”. 

No período da manhã o curso trabalhou “O empresariamento da educação: da experiência chilena ao caso paranaense”, já no período da tarde a formação abordou os temas: “Não Venda a Minha Escola: a transformação da escola pública em mercadoria” e “Os programas neoliberais e privatistas da Seed/PR”.

Foto: João Paulo Vieira/APP-Sindicato

O secretário de Formação e Cultura da APP, professor Nilton Stein, enfatiza que a formação é crucial para articular os argumentos da categoria na luta contra a privatização e garantir uma formação teórica acerca do tema.

Foto: João Paulo Vieira/APP-Sindicato

“Nós entendemos que a formação é de suma importância para conseguirmos manter e conquistar outros direitos. A formação é fundamental para fazer a luta material e a luta por uma sociedade igualitária, justa e humanizada. O nosso caderno de formação da APP-Sindicato trabalha com o empresariamento, a terceirização, ou seja, a venda da escola, algo presente hoje na nossa realidade no Paraná”, explica Nilton Stein.

Já o secretário Executivo de Formação e Cultura da APP reforça que a formação auxilia na luta contra o programa Parceiro da Escola e outras medidas privatistas adotadas pelo governador.

Fotos: João Paulo Vieira/APP-Sindicato

“Nossa turma de formação deste ano tem o papel de discutir como a escola pública é organizada com o seu conceito público, porque avança no estado do Paraná o conjunto do projeto educacional do governo Ratinho Jr que vem privatizando a educação pública. Para além do programa Parceiro da Escola, existem várias outras medidas dentro da educação pública que tem o teor privatizante, assim como as plataformas e todo o método de condução da Seed”, afirma o secretário Executivo de Formação e Cultura da APP-Sindicato, Cleiton Denez.

Foto: João Paulo Vieira/APP-Sindicato
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Foto: João Paulo Vieira/APP-Sindicato
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Para saber mais sobre os temas trabalhados, confira a série de reportagens em que os temas contidos no caderno foram explicados.

:: Escola de Formação: Doutor explica a infiltração de políticas neoliberais no Paraná
:: Escola de Formação: texto explica como as plataformas acentuaram o processo de perseguição nas escolas
:: Plataformizar e empreender: Quem ganha e quem perde com o Parceiro da Escola?
:: Escola de Formação vai abordar a destruição da gestão democrática do ensino público
:: Escola de Formação: artigo do curso analisa repasses públicos nas duas escolas paranaenses já privatizadas pelo Parceiro da Escola
::  “Empresariamento da Educação Pública” é uma temática que será abordada pela Escola de Formação

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