Em Santa Catarina, polícia barra entrada dos servidores estaduais na Assembleia Legislativa

Em Santa Catarina, polícia barra entrada dos servidores estaduais na Assembleia Legislativa


A moda de bater em servidor(a) público pegou em vários Estados brasileiros. Não por coincidência, governos com projeto neoliberal estão botando as mangas de fora, como todos já previam, e mostrando que a violência e a truculência faz parte da forma de governar.

Na última semana, foi a vez do governo de Santa Catarina agir de forma autoritária e violenta com os(as) servidores(as). Com projeto que afeta diretamente o direito dos(as) trabalhadores(as) do Estado, o governo quer aprovar na Assembleia Legislativa de Santa Catarina uma lei que afeta, por exemplo, a previdência e plano de carreira dos(as) servidores(as).

Durante a votação do projeto pela Comissão de Constituição e Justiça, os(as) servidores(as) foram impedidos de entrar para acompanhar. De acordo com o professor Sandro Luiz Cifuentes, e também dirigente sindical do Sinte o reforço policial que estava na Alesc foi pedido pelo presidente da Casa, o deputado Merisio. “Nos últimos 15 dias estamos com todos os servidores fazendo mobilização na Alesc para evitar que o projeto do governo seja aprovado pelos deputados. Desde semana passada o presidente da Casa colocou policiamento, com autorização do governo. Nós estávamos exigindo que a população e os servidores pudessem assistir a sessão e a votação do projeto. Um segurança da Alesc jogou spray de pimenta em uma professora. Ali começou o tumulto. As pessoas se revoltaram”, explica ele.

Sandro diz ainda que alguns(as) servidores(as) se sentiram mal com o gás que a polícia lançava contra eles(as). “Os trabalhadores passaram mal, tiveram que ser carregados. Nós continuamos exigindo que o comandante da PM acalmasse os policiais, porque nós queríamos somente entrar na Assembleia. Não era a intenção ocasionar tumulto ou quebrar qualquer coisa. Queríamos acompanhar, com palavras de ordem, mas por infelicidade o presidente da colocou policiamento para impedir a entrada dos servidores”.

Para a presidenta da CUT de Santa Catarina, Anna Julia Rodrigues, a violência contra os(as) servidores(as) é inadmissível. “A CUT repudia a atitude antidemocrática do governo, usando a polícia para bater em professor. A forma truculenta que o governo está agindo. Os professores queriam assistir a sessão e não permitiram a entrada dos educadores. Este foi um governo eleito no primeiro turno, assim como o de São Paulo e do Paraná, com projeto neoliberal. Já sabíamos que vinha retirada direitos, com projeto neoliberal. A gente esperava que, diferente do Paraná, o governador de Santa Catarina tivesse outra postura com os professores, que buscam uma sociedade mais igualitária e democrática”.

A APP é solidária aos(as) servidores(as) de Santa Cantarina, assim como demonstrou apoio aos estudantes paulistas que apanharam da polícia durante ocupação das escolas públicas do Estado. A postura de violência e autoritarismo não pode passar despercebida e tão pouco deve ser aceita pela sociedade. A luta aqui no Paraná e em outros Estados continua.

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