Com o intuito de debater a importância da luta antirracista, a APP-Sindicato realizou nessa sexta-feira (17) uma roda de conversa com funcionários(as) da sede estadual para discutir o tema e trocar experiencias às vésperas do Dia da Consciência Negra, celebrado anualmente em 20 de novembro.
O papel das políticas educacionais na construção de uma sociedade igualitária e o dever do engajamento de cada trabalhador(a) no combate ao racismo deram o tom do evento.
Com este chamado à luta, a secretária de Promoção de Igualdade Racial e Combate ao Racismo da APP, Celina Wotcoski, afirmou que é necessário agradecer a quem trilhou o caminho da resistência e do enfrentamento ao racismo anteriormente para que hoje as pessoas negras ocupem mais espaços.
“Não basta dizer ‘eu não sou racista’. A sociedade justifica o racismo dizendo que tem um amigo(a) preto(a), mas assim que presencia essa violência não se posiciona, não intervém. Nós sabemos que o racismo é um crime inafiançável, mas quando chegamos na delegacia, o(a) agressor(a) é mandado embora após dar uma desculpa qualquer.”
Em 2021, cerca de 56% da população brasileira se identificava como preta ou parda (IBGE), mas a representatividade em cargos políticos e no mercado de trabalho ainda revela profunda desigualdade racial.
Dos 39,1 milhões de trabalhadores(as) em empregos informais, cerca de 24 milhões (61,3%) são pretos(as) ou pardos(as), conforme dados Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua.
Para a funcionária do Atendimento Técnico no setor jurídico da APP, Odara Moreira, o mês de novembro não é apenas para relembrar as dores do genocídio da população preta, do roubo de suas identidades e das marcas que anos de escravidão deixaram.
“Esse dia é sobre a importância de nos reconhecermos, nos orgulharmos dos nossos traços, da cor da nossa pele, da nossa história e de toda a luta dos nossos ancestrais”.
Na segunda-feira (20), a Sede Estadual e os Núcleos Sindicais da APP estarão de recesso, em respeito ao dia da Consciência Negra. Segundo a secretária de Administração e Patrimônio, Nádia Aparecida Brixner, é preciso enxergar o significado deste dia da luta contra o racismo e além, de uma luta que precisa ser também antirracista.
Em 2011, a lei federal 12.519 instituiu o 20 de novembro como Dia Nacional de Zumbi dos Palmares e da Consciência Negra, mas não transformou a data em feriado nacional. Por isso, cabe a cada Estado e município decretar ou não feriado, em seu âmbito.
A APP-Sindicato defende a instituição do feriado no Dia Nacional da Consciência Negra, pois é uma data de celebração e de conscientização sobre a força, a resistência e o sofrimento que o povo negro viveu no Brasil desde a colonização.
