Em Goiás, polícia de Perillo mantém presos 25 manifestantes contra OS nas escolas

Em Goiás, polícia de Perillo mantém presos 25 manifestantes contra OS nas escolas


Continuam presos, em Goiânia, 18 manifestantes contrários à política de transferência da gestão de escolas estaduais para organizações sociais (OS) implementadas pelo governador Marconi Perillo (PSDB). Ontem, eles ocuparam a Secretaria Estadual da Educação (Seduce) em protesto contra as irregularidades na abertura dos envelopes com as propostas das dez organizações que manifestaram interesse na gestão das 23 escolas que integram o primeiro lote. A prisão ocorreu no começo da noite. Os 13 adolescentes detidos já foram liberados.

Eles são acusados de danos ao patrimônio público e corrupção de menores. De acordo com a advogada Fernanda Ferreira, da organização Advogados do Povo (Abrapo), a soltura depende de uma audiência de custódia que deveria ter ocorrido até 24 horas após a prisão. “Além desse atraso, os advogados não puderam entrar na delegacia para conversar com os manifestantes presos e nem participar da perícia na Seduce, o que é outra ilegalidade”, disse.

Para a advogada, as prisões reforçam o caráter autoritário da condução do processo de privatização da gestão das escolas estaduais. Desde o começo de dezembro, os estudantes passaram a ocupar prédios escolares em resistência às OS na direção das escolas, bem como da militarização da escolas.

Conforme o edital, os envelopes deveriam ser abertos na sede da Seduce ontem pela manhã. Professores, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do Sindicato dos Trabalhadores da Educação em Goiás (Sintego) e da CUT realizaram ato em frente à secretaria, unindo-se aos estudantes que ocupam o local desde 26 de janeiro, impedindo a entrada. Além disso, os envelopes foram abertos a portas fechadas e dirigentes do Sintego foram impedidos de entrar. No entanto, o processo foi adiado para o próximo dia 25 porque as organizações não apresentaram a documentação exigida pela comissão.

A maioria deles é de estudantes. Entre os professores presos está Rafael Saddi, da Faculdade de História da Universidade Federal de Goiás (FH/UFG). Hoje, o diretor da faculdade, professor Noé Freire Sandes e a vice-diretora, professora Dulce Oliveira Amarante dos Santos, divulgaram nota de apoio a Saddi e pelo estabelecimento de diálogo entre o governo de Perillo e os manifestantes.

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