Em Foz, manifestação contra reformas reúne 8 mil trabalhadores

Em Foz, manifestação contra reformas reúne 8 mil trabalhadores


Os trabalhadores brasileiros deram um claro recado ao governo ilegítimo de Michel Temer (PMDB) e sua base partidária: não aceitarão reformas que retiram direitos. Nesta sexta-feira, 28, durante a greve geral, milhões de pessoas protestaram nas ruas do país contra as mudanças na Previdência e na legislação trabalhista. Em Foz do Iguaçu, a paralisação reuniu 8 mil pessoas, paralisando suspendendo diversos serviços públicos.

Com faixas, cartazes, bandeiras, palavras de ordem e carros de som, trabalhadores, estudantes e integrantes de movimentos sociais seguiram pela avenida Brasil, a principal via do município. Em seguida, passaram pela avenida JK até a área próxima ao TTU (Terminal de Transporte Urbano), para o desfecho da mobilização. Durante a passagem da manifestação, os empresários fecharam as portas do comércio e de outros estabelecimentos.

O ato teve a adesão de 36 entidades sindicais e organizações sociais. Dezenas de categorias profissionais paralisaram totalmente as atividades. A mobilização conjunta reuniu servidores públicos municipais, estaduais e federais, comerciários, policiais rodoviários, bancários, eletricitários, rodoviários, profissionais do turismo, servidores dos Correios, policiais federais, engenheiros, trabalhadores rurais, coletores, garis e estudantes.

“É um dia vitorioso. A união dos trabalhadores e dos movimentos populares é um claro recado ao governo de que não aceitaremos as reformas que retiram direitos”, frisou Silvio Borges, secretário de Organização da APP-Sindicato/Foz. “Há dois anos, enfrentávamos a repressão do Governo do Estado para não perder conquistas. Por isso, hoje é um momento simbólico para nós, educadores. Mostra que os trabalhadores estão unidos e fortalecidos”, disse.

Silvio Borges: “Não aceitaremos reformas que retiram direitos”

Nenhum direito a menos

Servidora dos Correios, Michelli Regina de Andrade denunciou a tentativa de privatização da empresa pelo Governo Federal. “Querem demitir 25 mil trabalhadores e acabar com nossos direitos para privatizar os Correios”, disse. “O governo quer substituir funcionários concursados por terceirizados, ou seja, trabalhadores explorados. Uma funcionária terceirizada nos Correios de Foz não recebe R$ 700,00 por mês” disse.

Michelli Andrade: “Governo quer sucatear os Correios para privatizá-lo”

Liderança do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), Nildemar Gonçalves da Silva defendeu uma agenda permanente de lutas. “Lançamos hoje uma grande jornada da classe trabalhadora contra o nosso inimigo, que não é apenas o governo mas também o sistema de exploração”, destacou. “Devemos seguir um calendário de lutas, para que o levante dos trabalhadores saia vitorioso contra os ataques”, disse.

Nildemar da Silva: “Cronograma e lutas para derrotar o governo”

Paralisações

Com a greve geral, trabalhadores de diferentes segmentos suspenderam serviços e não compareceram aos postos de trabalho. Motoristas e cobradores de ônibus cruzaram os braços e paralisaram o transporte coletivo. Servidores da Prefeitura Municipal pararam o trabalho em todos os setores, como escolas, centros de educação infantil, serviços de saúde, entre outros. Cerca de 70% das escolas da rede estadual cancelaram as aulas.

Estudantes, professores, agentes universitários e técnicos da Unila, Unioeste e IFPR aderiram à greve geral, deixando as instituições de ensino sem atividades. Os protestos contaram com trabalhadores da Itaipu Binacional, Copel e Furnas, assim como, de garis e coletores que atuam nos serviços de recolhimento do lixo. Em greve por tempo indeterminado, os servidores dos Correios fortaleceram o movimento.

Organização

A greve nacional foi convocada por 9 centrais sindicais. Em Foz do Iguaçu, a mobilização foi organizada em conjunto pelos sindicatos de trabalhadores. O objetivo é impedir as mudanças na legislação trabalhista, que implicam em perda de direitos e fragilizam as futuras negociações entre patrões e empregados. A paralisação visa frear a reforma da Previdência, que prevê a elevação do tempo de contribuição e da idade para a aposentadoria, além do fim de benefícios.

 

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